Em Daniel
capítulo 9, nos versículos 24-27 encontramos a profecia que menciona a vinda do
Messias e a purificação do santuário, apontando para uma esperança, em meio ao
juízo divino, porque segundo William Shea, em seu livro Estudios Selectos sobre Interpretación Profética, ele menciona que
a morte de Cristo simboliza o fim dos sacrifícios de animais, e purifica o
santuário, porque já não é preciso fazer o ritual do dia da expiação, porque
Cristo tudo providenciou para a Humanidade.
“1. Predisse o tempo da vinda do Messias v.25
2.Predisse que seria quitado, ou seja, assassinado
v.26
3.Predisse que levaria o sistema sacrificial a seu fim
v.27
4.Predisse que confirmaria o pacto a muitas pessoas em
seu ensino e ministério v.27
5.Predisse que faria a grande expiação pela iniquidade
v.24
6.Predisse que por fazer esta grande expiação pela
iniquidade traria a justiça que perdura v. 24
7.Predisse que um santuário novo, incluído um celestial seria ungido ou
dedicado para sua grande obra como nosso Sumo-Sacerdote v. 24-25.
Todas as especificações desta profecia com respeito ao Messias se
cumpriram na vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Ele chegou a ser o
centro e foco desta profecia e tudo o que gira ao redor do Seu coração é uma
profecia messiânica”
Estes versículos têm o objectivo de
transmitir que a perseguição terminaria e que os pecados cheios de culpa serão
expiados, a justiça eterna introduzida, a visão profética confirmada e o Santo
dos Santos ungido. A última frase do
versículo 24 também cita uma acção messiânica. Se refere a unção do lugar
santíssimo, as palavras utilizadas nesta frase, são utilizadas sempre em
relação com o santuário, segundo indica estudos do Antigo Testamento e não se
refere ao Messias.
Jesus foi
ungido como Messias quando foi baptizado, pois o Espírito Santo desceu sobre
Ele e Deus o Pai
“Então veio Jesus da Galileia ter
com João, junto do Jordão, para ser baptizado por ele.
Mas João o impedia,
dizendo: Eu é que preciso ser baptizado por ti, e tu vens a mim?
Jesus, porém, lhe
respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça.
Então ele consentiu.
Baptizado que foi
Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito
Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele;
e eis que uma voz dos
céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
O
versículo 26 nos diz:
“E depois das sessenta e duas semanas será
cortado o Messias, mas não para si mesmo, e o povo do príncipe, que há de vir,
destruirá a cidade e o santuário e o seu fim será com uma inundação e até o fim
haverá guerra; estão determinadas assolações.”
O versículo
menciona, “mas não para si mesmo”, o que nos mostra que Jesus foi rejeitado,
porque os sacerdotes e a maioria da opinião pública pensavam que o Messias
príncipe, conquistaria o poder através da força militar e política, por causa
disso, Ele foi rejeitado e crucificado.
A
palavra nagid, significa príncipe, no
sentido de governador. Jesus é o príncipe mencionado nesses versículos, porque
a invasão romana só é mencionada no versículo 27, quando diz:
“Sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição
determinada, a qual será derramada sobre o assolador.”
A abominação simboliza Roma Imperial
e a assolação simboliza Roma Papal.
No versículo 27 é profetizado com um pouco mais de detalhe a
data em que o Messias viria. O profeta Daniel diz que “Ele fará o pacto com muitos por uma semana”, porque o sistema do
santuário continua em vigor, através do sacrifício do Messias, porém para a
mentalidade israelita, é necessário dizer que se cortará, pois, desta forma, o
antigo pacto já não tem valor e o novo pacto entra em vigor. Normalmente
entre os homens da antiguidade, para se renovar os pactos eles quebravam as
tablilhas que continham o antigo pacto e escreviam uma nova tablilha, ou com o
mesmo pacto renovado por mais algum tempo, ou escreviam um pacto novo e este entrava
em vigor, em termos do plano da salvação, apesar de ser uma reconfirmação do
pacto anterior, para eles entenderem melhor, Deus dá a impressão de ser um novo
pacto, para que eles vejam que os símbolos já não terão valor, quando Cristo
fizer o sacrifício supremo, Sua morte na cruz.
Cristo quando veio à
Terra, Ele tentou ampliar o significado dos preceitos dados por Deus, para que
as pessoas se apercebam que os preceitos, não são apenas regras que têm que ser
cumpridas, porém existem para o nosso bem e para nossa protecção. A grande
falha dos Israelitas foi não ter reconhecido Jesus, como o Messias anunciado no
Antigo Testamento, pois
no sacrifício de Jesus se cumpre todos os simbolismos do Antigo Testamento, a
grande oferta de Deus para a Humanidade, que o povo israelita rejeitou. Mesmo
depois da morte de Cristo em 31 d.C até o apedrejamento de Estêvão em 34 d.C,
Deus deu a oportunidade para que os israelitas aceitassem Jesus como o Messias
e continuasse sendo o povo escolhido, visto eles terem rejeitado Jesus como o
Messias, actualmente o povo escolhido de Deus, não é a nação israelita, mas
toda a pessoa que acredita em Cristo, chamado o Israel espiritual, para um
israelita pertencer ao actual povo de Deus, deve aceitar a vida, morte e
ressurreição de Cristo.
A abominação e assolação neste versículo,
segundo William Shea, são em termos históricos
“
A assolação foi causada pelo exército
romano e a abominação foram as situações que precederam a sua destruição e
assolação. As tropas quebraram as
defesas do norte da cidade, um contingente das tropas da Judéia se retiraram
para o templo, puseram fogo e deste modo, a profecia se cumpriu”
Em todas as
situações históricas do povo de Israel, quando ele se afastava de Deus, vinham
nações e lhe conquistava, este era o seu castigo, porque não obedeceu aos
preceitos divinos, pois a misericórdia de Deus tinha chegado ao seu limite e o
povo não escutou suas admoestações, porém por sua vez, cada nação que
conquistava Israel, também tinha o seu castigo da parte de Deus, por haver
conquistado o Seu povo escolhido. O Império Romano ainda não recebeu o seu
castigo, porque o Império Romano em realidade ainda não terminou, porque
estamos sob o governo da Roma Papal.
“Em
Hebreus mostra que o Dia da Expiação começou na cruz, Hebreus não está
preocupado com a questão de tempo, mas se concentra na grande suficiência do
Calvário”
Se
Jesus não tivesse dado a Sua vida por nós, a representação terrena do
santuário, não teria valor e como consequência o Dia da Expiação e a volta de
Jesus.
ALMEIDA, João
Ferreira de, Bíblia Sagrada. São
Paulo, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995, Daniel 9,26