quarta-feira, 23 de março de 2011

Monte Megido e a Planície de Esdraelon

O último dos três grupos de planícies do lado ocidental do Jordão, consiste na Planície de Esdraelon e o Vale de Jezreel, somente duas podem ser consideradas, que estão inteiramente dentro do território judeu. A aquisição desta zona tinha como objectivo criar os limites do Reino do Norte.
            A expansão da planície é sustida com aluvión, para o observador casual, parece estar no mesmo nível, mas de facto, descende gradualmente cerca de 330 pés sobre o nível do mar, perto de Djenim, alguns 80 pés, no ponto em que Kishon, deixa a planície a noroeste. Esta descida lenta é interrompida no centro, pela linha da terra alta e fina, o mais simples aumento, erguendo o nível, não mais que 100 pés, formando um ângulo perpendicular, desde do cume de Tel Adashim, até a base do triângulo no Megido. A encosta da faixa se levanta tão gradualmente, que não é claramente visível do chão, ficou mais evidente por uma linha branca de casas israelitas, construída ao longo do cume. Essa onda na superfície do nível da planície, é o resultado da actividade vulcânica, que tem desviado o curso de Kishon para norte.
            Jezreel, não é a única rota dentro de Esdraelon, existe também a importante estrada da planície de Aser, que foi guardada pelo Haroshet dos gentios, então existe uma linha de cidades desde Accho até Bethshean, fazendo o que é único na geografia palestiniana, uma rota que atravessa a planície desde o mar até o Jordão. A terra está a 350 pés e os desvios são suaves em toda a parte, com vantagens relativamente acrescentadas, com fácil acesso a um planalto oriental. A importância deste corredor, por conseguinte, é muito difícil enfatizar.
No lado esquerdo da planície de Esdraelon localiza-se o Monte Megido, cujo planalto é mais rochoso da secção central do Carmelo. Perto da linha da falha geológica de Taanach, notável travessia para sudoeste aos montes, que terminam na presente vila
de  Ya’bad, tem ajudado a criar a Wadi Abdullah, um estreito, mas possível rota. Ibleão ergue-se a oriente, ao fim da planície de Dotan, uma pequena falha geológica fértil que também se curva a volta de Ya’bad. As duas últimas rotas, por conseguinte, fazem o caminho dentro da planície de Saron pelo Wadi Abu Nar.
De todas estas rotas, o Megido é esmagadoramente a mais importante como nos diz o artigo egípcio da primeira campanha de Tutmosis III, clarifica quando diz:
“A captura de Megido, é a captura de milhares de cidades”[1].
Megido controla não só a entrada, que é uma rota razoavelmente fácil para atravessar o Carmelo, mas também é a rota, mais usada para atravessar a planície. A rota da colina. Os debates dos primeiros judeus nos primeiros anos do século XX, contra a malária e outros problemas dos pântanos, que então existia.
Consequentemente através deste movimento, na seca do Verão estaria restringida a passagem que atravessa a planície no Inverno, era frequente estarem confinados a rota do Megido. O relato de Thutmosis dá a clara ideia, que embora os oficiais discutissem a possibilidade de usar outras rotas para atravessar os montes, o objectivo era Megido e as outras passagens eram mencionadas meramente como outros caminhos em volta do mesmo ponto. Megido não só guardava a passagem, tinha um grande cruzamento, o maior do mundo antigo. Os romanos construíram neste local a fortaleza de Legio Maximinópolis, nome que se dava as residências fortificadas ocupadas pelas legiões romanas, cujo nome persiste na moderna Aldeia de Lejjun, pode--se conjecturar que a mudança do nome do lugar foi feita entre o século I ou III e embora não exista cidade hoje em dia, a existência do Forte Taggart, no Período Mandatório e as trincheiras judias, cortam o conto do Megido, indicando que a importância estratégica deste local, ainda não terminou.
As outras cidades que estavam subordinadas, ainda estão fortemente fortificadas. Jokneam levanta-se para noroeste, fim da planície e por conseguinte abre-se a linha principal de comércio Norte – Sul, no entanto, é o primeiro lugar em que os comerciantes marítimos viriam se viajassem por terra, passariam por Saron, embora a possibilidade de irem por mar, era mais viável. Esta é a única passagem que atravessa o Carmelo, que tem acesso ao Porto de Dor, desde a aproximação ocidental é dupla e tem a longa vantagem de ser a mais baixa de todas as passagens, o ponto mais alto, estando mais de 300 pés mais abaixo que Wadi’Ara.
Foi considerado como uma possível alternativa, a rota do Megido pelos oficiais de Tutmosis III e muito tempo depois na história, Napoleão escolheu este local, para o seu avanço em direcção ao Acre.
            A rota pelo Wadi Abdullah para Taanach, é possivelmente a menos atractiva de todos, pois ambos os caminhos são estreitos e íngremes, existindo uma subida de 1250 metros. No entanto, Taanach está perto o suficiente de Megido para ser seu rival, controlando os cruzamentos e realmente as duas cidades, têm tendência a florescer alternadamente, invés de ser ao mesmo tempo, Taanach, sendo uma montanha tão importante quanto Megido, por outro lado a rota de Dotan, que junta o Wadi Abdullah está perto de Ya’bad, o caminho está bem demarcado e de fácil acesso, esta rota, é frequentemente preferida a rota de Wadi’Ara, especialmente se as intenções eram tomadas em direcção a Jezreel e Bethshean.
            A entrada da Planície de Esdraelon, é estreita, tem um desfiladeiro cerca de duas milhas de distância, guardada em uma extremidade dos ricos, fizeram acordos em Engannim (Djenin) e outro pela fortaleza de Ibleão.
            Dotan está situada na baixa de uma falha geológica, que compreende não somente Saron, mas Samaria e também Siquém.
            Todas estas cidades foram importantes, no Período do Antigo Testamento. A cidade de Megido, que foi tomada por Tutmosis III, não foi somente pelo seu primeiro significado do lugar. Aquele lugar tinha sido construído na Idade do Bronze cerca de 3000 a.C, embora este lugar tivesse sido uma aldeia há milhares de anos.
Os egípcios, mantinham controlo desta posição e da grande fortaleza em Bethshean, até a segunda metade do século XII a.C e a grande batalha “pelas águas de Megido”, descrito em Juízes capítulo 5, é datada por Albright cerca de 1125 a.C. Mais tarde, a cidade foi fortificada por Salomão, que fabricou o único carro de guerra das cidades (I Reis 9:15) e ainda mais tarde viu a morte do rei Acazias, a quem Jeú tinha matado perto de Ibleão e a derrota de Josias, que tinha ido ao norte verificar o avanço do Faraó Neco, contra os babilónicos, onde foi derrotado e ferido mortalmente (II Reis 9: 27, 23 e 29). As outras cidades, são mencionadas também em Juízes 1: 27) como tendo sido muito fortes e, mesmo assim, foi tomada pelos israelitas, quando os primeiros vieram ao país e como tendo finalmente sido tomada pela tribo de Manasses, embora,
oficialmente eles estavam localizados no território de Issacar. Estas rotas são a chave para a história. Nós temos visto, “que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa” (Génesis 49:15).
Salomão fez de Megido a capital de seus distritos fiscais. (I Reis 4:12).
A Bíblia só menciona o ataque a Judá, mas as inscrições do Templo de Karnak, testemunham também sua conquista. Pouco tempo depois, Acab construiu em Megido, estábulos para uns 450 cavalos e carros.
            Isaías fala do “glorioso ornamento, está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho” Isaías 28:1.
            As riquezas que vieram dos comerciantes devem sempre ter sido maiores. Zabulão e Issacar, que ocuparam estas duas planícies, foi dito, que “eles chamarão os povos ao monte, ali, apresentarão ofertas de justiça, porque chuparão a abundância dos mares e os tesouros escondidos na areia” (Deut 33:19), isto em larga medida, foi a causa da queda deles, por isso foi sempre a fraqueza desta região, que estava aberta demais as influências estrangeiras. O comércio trazia com ele não só riquezas, mas a insediosa tentação de prosperidade e ainda mais perigoso, a adoração pagã e a sua influência sobre o povo. Além disso, as mesmas estradas que traziam o comércio, traziam também os exércitos inimigos e o solo deste fértil corredor, pois está ensopado de sangue.
Foi a partir da morte do rei Josias, que os escritores bíblicos, começaram a utilizar a figura de Megido com um significado de juízo, devido as lutas que houveram neste lugar e que originou uma imagem muito assustadora do Armagedom de Apocalipse 16:16.
           


[1]BALY Denis, The Geografy of the Bible, p 152