terça-feira, 3 de novembro de 2015

3.2 Resolução de Conflitos

O casal enquanto namorados, deve conhecer modos de resolver os conflitos antes do casamento, de modo a que depois como cônjuges. Deve distanciar-se o mais possível dos factores que ocasionam tensão. O divórcio muitas vezes é a solução do problema em parte, porque as pessoas já não estão vinculadas perante a lei e podem seguir as suas vidas, por outro lado o problema não foi resolvido. Um conflito pode acabar em divórcio, porém se a reconciliação for feita, a separação deixa menos marcas, porque os problemas foram resolvidos.
                                                                                                    
En la solución de conflictos, el error que acostumbramos a cometer es el querer predeterminar una solución concreta, una solución al margen de las partes que están viviendo y protagonizando el conflicto, aunque pretendemos hacerlo con toda nuestra mejor intención. Perseguir unos resultados predeterminados representará actuar violentamente y, tarde o temprano, acabaremos fracasando. Al intentar que dos partes en conflicto mejoren sus capacidades comunicativas, por ejemplo, estaremos implícitamente procurando facilitar que aquellas personas puedan solucionar sus problemas de relación por ellas mismas y a su plena satisfación. Nuestra labor se limitará a facilitar o conciliar los puntos de vista diferentes, para que las personas implicadas puedan asumir sus propias responsabilidades y sus propias soluciones[1]
 As pessoas se divorciam devido a longos períodos de brigas, desconfianças e de ofensas mútuas.
            É contraproducente falar dos problemas a uma terceira pessoa, porque provoca efeitos indesejáveis. As comunicações na maioria dos casos estão relacionadas com problemas económicos, psicológicos e sociais. A vingança nunca será uma boa solução, só agravaria mais o problema.
            Todas as pessoas têm necessidades, visando a comodidade, aceitação social, dinheiro, segurança, relações afectivas. Dependendo da idade, cada uma dessas necessidades tem um valor mais relevante, se a pessoa for jovem, a necessidade de ter um trabalho, é maior, que aquelas pessoas que já têm trabalho, essas pessoas irão dar mais importância a outras necessidades, de carácter psicológico, afectivo-social.
            Os conflitos surgem devido ao choque das personalidades, a história de cada pessoa e os problemas psicológicos que foram criados pelas situações da vida, que foram mal resolvidas à nível psicológico, outras vezes também por não terem a mesma perspectiva ou então por não compreenderem o raciocínio da outra pessoa e não verem o objectivo que ela quer alcançar. O seu percurso mental, pode ser mais longo ou mais curto que o nosso, ou muitas vezes por terem objectivos de vida diferentes e um deles sofre por isso. A ruptura acontecerá se o casal não se comunica e não conversa abertamente sobre o que cada um deseja para a sua vida individual e os sonhos que cada um tem para o seu casamento. As próprias dificuldades do quotidiano contribuem para o aparecimento de conflitos, se o casal se relaciona bem, não tendo problemas com o

choque de personalidades ou se os problemas do passado estão resolvidos, uma boa opção é descansar do dia agitado que teve e resolver o problema no dia seguinte, pois a pessoa terá outra perspectiva da situação.
            Os sentimentos negativos como insatisfação, ódio, rancor e vingança são originadores de conflitos ou ênfase nos defeitos, que por sua vez proporcionam o ambiente adequado para ter uma má saúde física e psicológica e também para o fim da relação. 
            A solução do conflito é encontrada pela comunicação, porque só eles sabem a origem do conflito, o mediador tem que ser neutro, permitir o casal resolva o seu conflito sozinhos, o mediador apenas mostra algumas soluções e fomentando a empatia. Mostrando as possibilidades que existem e deixando o casal actuar, a mediação finaliza com a aceitação satisfatória para ambas as partes, segundo a solução encontrada.
            A mediação é eficaz, quando existem conflitos interpessoais de intensidade média ou baixa, resolvem-se os maus-entendidos e pequenas ofensas, se o mediador souber um pouco de Psicologia, poderá ajudar a que recupere a auto-estima, a entender o sucedido e a melhorar os relacionamentos, sem que para isto seja necessária a actuação de terceiras pessoas. A mediação quando é de alta intensidade, tem uma função secundária, porque é preciso que haja um planeamento global e profundo dos conhecimentos e recursos de conflitologia.
            O conflito se inicia com perdas de confiança, mal-estar, deterioração da saúde, diminuindo a comunicação, começa a existir a desconfiança, por sua vez existirão outros aspectos que modificarão negativamente a imagem do outro, a repetição de pensamentos obcessivos, atitudes de rejeição, expressão explícita de desagrado, o aumento da suceptibilidade e da angústia, o desenvolvimento do conflito, é tão gradual e imperceptível em níveis superiores se desenvolvem algumas ofensas, que aumentam gradualmente, segundo o conflito vai se desenvolvendo. Primeiramente as ofensas serão verbais, com o tempo se tornam complexas, podendo ser premeditadas ou planeadas, para este fim, são utilizadas as capacidades que a pessoa se sente mais confortável em executá-las. No início do conflito as frases e expressões são criadas para magoar o adversário, o próximo passo, são ameaças de divórcio ou de denúncia. Se o conflito não se resolve a próxima etapa são as agressões físicas primeiramente sem grande importância e posteriormente de maior envergadura.
Chegando a esta fase, é frequente que as pessoas recorram a um advogado, polícia ou tribunal e as agressões já não são verbais de modo particular, mas sim, através das instituições designadas para o efeito. Los procedimientos  judiciales, la denuncia en el entorno social, el bloqueo de cuentas corrientes, la apropriación de los hijos o del patrimonio, serán decisiones propias de conflictos matrimoniales[2]
            A resolução de qualquer conflito, é voltar pelo mesmo caminho, por onde se originou o conflito, deixando de praticar as acções que levaram a que o conflito se originasse. Os passos seguintes consistirão em encontrar o modo de reduzir a tensão e promover a comunicação, que será mediada e de carácter reflexivo.
            Se as consequências do conflito forem desconfiança no cônjuge e baixa auto-       -estima, para resolver o problema é necessário  recuperar o que se perdeu. Para resolver o conflito, é necessário aproveitar e potenciar, os aspectos que contribuem para a resolução do conflito.
            Quando há um conflito em algum aspecto da vida, é necessário enfrentar o problema, pois se não o resolvemos por mais grave que seja, é sinal que não lhe damos importância ou também, porque não queremos criar brigas, tentando evitar o confronto o problema não desaparecerá, só o fará surgir em outras ocasiões fragmentado em uma frase ou outra.
            Para resolver o conflito existem três fases a percorrer:
  • Redução da Tensão. Para resolver um conflito, a primeira tentativa é dialogar sobre o ocorrido, há ocasiões em que o diálogo não resolve a situação, porque são ocasionadas discussões, então a melhor opção a tomar é distanciar-se da parte em conflito, para ver se mediante o distanciamento e a redução da tensão o problema se resolve e a pessoa vê a situação com uma outra perspectiva. Para reduzir a tensão, nem sempre é preciso o distanciamento físico, também são opções viáveis descansar, distrair-se com actividades absorventes ou ir ao psicólogo, ou ao médico, segundo o caso. Não é conveniente falar ou pensar muito no problema de maneira negativa e problemática. Em alguns casos estar física e mentalmente longe do conflito é recomendado.
  • Detecção de Necessidades e Problemas. Quando a tensão foi reduzida, as partes envolvidas no conflito, se expressam de uma maneira clara e objectiva, os factos são melhor ordenados na mente da pessoa, sendo mais respeituosa consigo mesma e com o cônjuge em questão. Em alguns casos, é recomendado escrever os seus sentimentos ou gravá-los, para posteriormente reflectir sobre a situação.
  • Reconstrução em comum da relação. A reconstrução é estabelecida por projectos comuns, recuperação de lembranças comuns que sejam positivas. Outra forma de reconstruir uma relação é fazendo perguntas de forma positiva e lhe transmitindo segurança.
Escrever em um diário ou escrever uma história, são maneiras de exteriorizar o que a pessoa está vivendo e resolver o conflito, porque ao ler o escrito posteriormente, ela entenderá melhor a causa do sentimento e a razão do que aconteceu em determinada situação.[3]




[1] Ibid, p. 197
[2] VINYAMATA, Eduard. Op. cit., p. 216
[3] Ibid, pp. 217-218

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

3.1 A Questão do Conflito no Casal

Os conflitos pessoais deixam sequelas, em que se pode sair repostos do conflito. O conflito foi resolvido em bem e ninguém ficou ferido. Se pode sair “tocados” de uma discussão em que uma das partes sai vencedora e a outra perde, mas também mostrou um pouco os seus méritos.
Se pode sair também, afundados, em que um dos cônjuges sai vencedor e o outro fica completamente humilhado, como também se pode sair reforçados da discussão, em que começam a discutir mais ou menos ao mesmo nível e um deles se supera y resolve a discussão ficando por cima.
O conflito tem como função advertir que algo na relação entre as pessoas, não está bem. Para resolver o conflito, é necessário retirar todas as causas que geram o conflito, facilitando a recuperação à normalidade. O regresso à normalidade, é o que determina o equilíbrio.
            Segundo Eduard Vinyamata, em seu livro Conflictología – Curso de resolución de conflictos, o conflito traz benefícios ao grupo, como coesão e estímulo.
O conflito no casal se inicia devido a alterações de saúde, da vida laboral, evolução intelectual, evolução sexual ou social. Todas as dificuldades da vida causam conflitos. La mayoría de divórcios plantean problemas psicológicos e ao mesmo tempo, dificuldades económicas, com respecto a los hijos y al entorno familiar en general[1]

            Isso se incorpora aos outros problemas aumentando a tensão e favorecendo o desenvolvimento do conflito. O mal-estar ocasionado, resultará em tentativas de domínio, castigo, vingança, explícita ou implícita, consciente ou inconsciente. As formas de luta podem ser subtis, negar-se mediante excusas razonadas, a manter

relações sexuais ou tratar de impô-las. Humilhar o cônjuge contando coisas íntimas também é uma forma de luta. Negando ajuda ou solidariedade em momentos de necessidade, infidelidade, deslealdade, negando afecto, difundindo rumores entre amigos e familiares, se o conflito não se resolve a única saída é o divórcio.
            A finalização dos conflitos, se resumem a algumas possibilidades:
  • Desaparecimento do objecto de conflito
  • Vitória de uma das partes e derrota ou submissão da outra
  • Compromisso entre as partes que entram em acordo
  • Conciliação/ Reconciliação
  • Irreconciliação / Irredentismo
Quando o conflito desaparece ou uma das partes ganha, o conflito não foi resolvido; quando se entra em acordo, é aberto o caminho para a solução dos conflitos por um meio eficaz e sólido. A conciliação mostra uma capacidade de garantir relacionamentos saudáveis, mesmo entre conflitos e tensões. A irreconciliação denota uma incapacidade de ultrapassar os problemas de relação e convivência e o processo conflitivo continua.




[1] VINYAMATA, Eduard. Conflictología – Curso de resolución de conflictos, Barcelona: Ariel, 2009, p. 129

domingo, 1 de novembro de 2015

3. Fatores que Favorecem a Ruptura Matrimonial

A ruptura matrimonial não acontece de um momento para o outro, é algo que vai acontecendo aos poucos, sem que o casal se aperceba, existem factores que contribuem para que este facto suceda. Um destes factores são a ruptura dos votos matrimoniais e também se a pessoa teve um relacionamento onde ocorreu a fusão. Quando a fusão ocorre, é porque houve uma complementariedade plena entre as duas partes, em que as personalidades se encaixam e normalmente se chega ao último nível de comunicação o que chamamos, de pensar em voz alta.
Se houve um relacionamento anterior em que houve fusão, é normal que a próxima relação conjugal possa ser uma relação de “viver um dia de cada vez”, porque já não há um amor humano verdadeiro, pode haver o apego, mas sem o amor humano verdadeiro, não existe o sonho de criar um futuro juntos. Se as personalidades não combinam muito bem, pode vir a ocasionar a ruptura dos votos matrimoniais, bem como se as culturas forem diferentes, podem ocasionar mal-estar no casamento, se não houver adaptabilidade.