Divórcio na Perspectiva Feminina
Durante o decorrer do divórcio, começa a
concretizar-se o luto branco de forma inconsciente.
Todas as
pessoas que passam por um divórcio têm que vivenciar um luto branco de um
relacionamento que não teve êxito, por mais que seja libertador, não ter mais
que viver certo tipo de problemas, sempre deixa mágoa e ressentimento.
Tentar escapar do contacto com tais sentimentos não traz
benefícios para a pessoa e tentar substituir por outra pessoa ou por
comportamentos compulsivos, não ajudará. A pessoa que está em processo de
divórcio e vive o luto necessita de tratamento psicológico, pois a evasão da
dor, nada mais é que adiar a superação da mesma e a resolução do processo.
O divórcio é
uma experiência que pode marcar a pessoa por um longo período de tempo, é
considerado pelos psicólogos como luto branco. Chama-se luto, porque o
relacionamento terminou e é branco, porque o ex-cônjuge ainda vive. Este luto
contém os mesmos aspectos de um luto quando uma pessoa falece, a diferença é que
a pessoa falecida não a vê mais, enquanto que o ex-cônjuge, se vê
quinzenalmente se houver filhos, prolongando a dor da perda. Existem muitas
razões, a principal delas é a dimensão de seus efeitos. O divórcio não somente
afecta o casal, mas também a todos aqueles com quem seus membros estão
relacionados estreitamente: filhos, familiares
próximos, amigos, irmãos da igreja e a relação com
Deus. O divórcio pode abalar a identidade e a auto-estima do indivíduo.
Luis Marcos Rojas, em seu livro La Pareja, cita a Judith S. Wallerstein, que resume os efeitos perturbadores
e de grande alcance do divórcio:
“Toda ruptura provoca efectos secundarios que no alcanzan
solo a la pareja en cuestión, sino a toda la sociedad. Cada divorcio es la
muerte de una pequeña civilización”.
O divórcio contém as seguintes fases
do luto:
- Choque
emocional: como aturdido e sensível
- Luto agudo:
ataques de dor intensa:
- Saudade perdida
- Pranto
- Alteração do
estado de ânimo
- Amargura
- Sentimento de culpa
- Solidão e isolamento
- Apatia e falta
de sentido na vida
- Ansiedade e falta
de esperança
- A tristeza das datas importantes
- As reacções de identificação
- As decisões equivocadas
- A adaptação
- Uma oportunidade
para crescer e mudar
Dedicamos
uma secção específica ao luto branco, originado pela ruptura de uma relação,
porque apresenta alguns rasgos distintivos:
a) O divórcio sempre contém um elemento de
culpa muito mais intenso que o luto convencional. Os sentimentos de culpa e
fracasso pessoal são proeminentes.
b) Ninguém está preparado para o divórcio.
Todos sabemos como comportar-nos em um funeral ou junto ao leito de morte, mas
nunca estamos preparados para viver o divórcio, o casamento é algo tão íntimo,
em que tentamos realizar os sonhos da existência humana. As pessoas que sofrem
luto a causa de um divórcio se sentem perdidos, confusos, cheios de dúvidas e
perguntas que não se atrevem a formular.
Em
consequência, recuperar-se do divórcio é complexo. Para entendê-la vamos a
considerar três etapas:
·
Confusão
·
Solidão e isolamento
·
Ajuste e crescimento
O processo do luto não é linear, mas é
composto por muitas recaídas. As oscilações no estado de ânimo são
características típicas de qualquer luto, ainda mais na perda de um filho e no
divórcio. No caso do divórcio, os altos e baixos se acentuam, porque o processo
de desvinculação frequentemente tem numerosos avanços e retrocessos, encontros
e desencontros, antes da ruptura definitiva e inclusive, quando se coloca em
andamento o processo de divórcio. Por isso, a duração deste tipo de luto é
maior que a do luto convencional. Dura de três a cinco anos após o divórcio
real, para que as feridas cicatrizem o suficiente como para começar a
adaptar-se a nova situação.
Após as primeiras semanas ou meses
depois da ruptura, a pessoa se sente, desorientada e submersa no caos. Se trata
de uma confusão emocional em que se misturam ideias, sentimentos e reacções.
Esta etapa dura aproximadamente um ano.
Suas principais características podemos resumir da seguinte maneira. O divórcio
é uma bomba emocional. Quase sempre é mais difícil do que ambas partes
imaginavam. Diminui a auto-confiança, suscita a ira e os sentimentos de culpa,
cria insegurança e dificulta as relações interpessoais.
Analisaremos com mais detalhe, o transtorno
emocional que supõe este período, segundo Jorge Martínez Villa
:
·
Grande angústia expressada em sintomas físicos. Estes
sintomas são resultado de um elevado grau de ansiedade. Depois da ruptura, os membros
do casal têm dificuldade em conciliar o sono, perdem o apetite ou comem
compulsivamente, não se concentram em seu trabalho e choram frequentemente. Dores
de cabeça, problemas respiratórios, tonturas, disfunções menstruais e erupções
cutâneas, aparecem com frequência entre outros sintomas psicossomáticos. O corpo
expressa desta maneira, sua dor interna.
·
Em ocasiões, a reacção é completamente oposta. Um ou ambos cônjuges manifestam inicialmente uma
sensação oposta de liberação e felicidade, após a separação. Isto ocorre, no caso
de casais com um grande historial de maus-tratos verbais ou físicos, que
constituía um enorme sofrimento para um deles. Passados alguns dias, ou
semanas, qualquer sucesso trivial, lhe traz à mente lembranças de seu cônjuge,
neste momento além do sentimento de triunfo se acrescenta a tristeza, angústia
e o luto branco.
·
Grandes oscilações no estado de ânimo. É normal
que experimentem mudanças de sentimentos intensas. Seus
sentimentos mudam e se misturam rapidamente. O ódio e a ira podem aparecer quase ao mesmo tempo que o amor. O amor tarda muito tempo en apagar-se. Estas mudanças de estado de ânimo se produzem inclusive quando o divórcio
vem motivado por maus-tratos, ou em casais que estiveram de acordo em separar-se.
·
Sensação de fracasso e diminuição da auto-estima. Uma das características mais comuns do divórcio,
é a sensação de inaptidão e fracasso. A diferença do luto convencional, a
ruptura faz que as pessoas questionem a sua importância como pessoa. A
capacidade para superar esta crise de identidade constituirá um factor essencial
no momento de resolver o luto. Esta crise é especialmente intensa naqueles
casos em que um dos cônjuges abandona a relação subitamente sem que haja
existido um período prévio de conflitos.
·
Sentimentos de culpa. Estes se encontram entrelaçados com a baixa auto-estima,
sendo um sintoma frequente, quase normal do luto. Representam uma forma de
liberar a dor da perda. A eles se associa a necessidade de repassar várias
vezes a relação, para descobrir o que sucedeu. Isto não é o mau em si mesmo,
porque já vimos como encontrar uma explicação satisfatória para a separação, é
uma fase essencial para a recuperação.
·
Sensação de ansiedade e falta de esperança. A pessoa se encontra imersa em uma situação de
incerteza. Muitas dúvidas invadem sua mente. As pessoas divorciadas têm que
enfrentar-se a muitas responsabilidades, que previamente eram compartilhadas
com seu cônjuge. Estas mudanças são tão repentinas que a situação lhes parece
fora de controle. Então se sentem vulneráveis, e se sentem mais à vontade isolando-se,
o qual é um círculo vicioso que aumenta sua ansiedade.
Após uma fase de confusão e transtornos
emocionais, a maioria de casais passa por uma fase de solidão e isolamento que
dura entre um e dois anos. Transcorrido este tempo, predominam os efeitos
sociais do divórcio.
O
divórcio por sua própria natureza, é o resultado de um desacordo que fractura
uma relação. Este facto, agrava a tristeza dos cônjuges que não só lutam contra
a dor da perda, como também contra o desgaste de intermináveis conflitos entre
eles mesmos. Conflitos que atingem todos os familiares. Em muitos casos, o divórcio é o final de uma
relação e o começo de uma guerra.
Amigos
e familiares começam a estar distantes, e começam os conflitos sobre os assuntos
legais e económicos. Junto ao isolamento a pessoa divorciada experimenta pena e
tristeza. A sensação de perda é mais intensa quando se apercebem que a ruptura
é irreversível. Durante o primeiro ou segundo ano ainda permanece as esperanças
de voltar a estar juntos, sobretudo para a pessoa que não desejava divorciar-se.
Mas inclusive quando ambos estiveram de acordo na separação, experimentam uma
profunda sensação de perda.
Depois
da ruptura, muitos divorciados se surpreendem ao constatar que sua solidão
actual é pior que viver com seu ex-conjuge, independentemente de qual seja a qualidade
do relacionamento, porque estão habituados a conviver com determinados
aspectos, que mesmo que magoem, as despesas e a vida são divididas.
Nesta
fase também pode surgir quadros depressivos, porque a pessoa é incapaz de
aceitar a nova realidade, de enfrentar-se à vida de novo sozinho. É normal também
que haja decisões equivocadas e transtornos de conduta. Alguns transtornos são voltar
a casar-se de forma apressada, a promiscuidade sexual com contactos breves e
superficiais, o abuso do álcool ou drogas são exemplos bastante frequentes, do
modo como o divorciado é incapaz de aceitar a realidade de sua nova vida
solitária.
Passado o divórcio, o relacionamento não se reconstrói,
mas a pessoa divorciada aos poucos vai construindo a sua identidade e auto-estima
que foi tão ferida pelo trauma do divórcio. Este é o principal objectivo da
terceira etapa: ajudar a pessoa divorciada a enfrentar a vida com novas forças,
atitudes e metas.
Os
sinais para o bom ajuste podemos avaliar do seguinte modo, segundo Eliane
Santoro:
- Aceitação. A pessoa
divorciada está capacitada para enfrentar novamente a realidade da vida sem o seu cônjuge. A sensação de perda, já não lhe incapacita.
- Adaptação. Se o aspecto anterior tinha que ver com a realidade global da nova
situação, agora nos referimos, particularmente, à capacidade de responder
às demandas práticas da vida.
Ser capaz de funcionar socialmente sem a ajuda do cônjuge é um bom sinal
de adaptação.
- Explicação. A pessoa afligida pelo divórcio sempre necessita
de uma explicação razoável da origem do rompimento. Como o luto pela morte,
necessita-se saber as razões, saber as razões para a separação é essencial
no processo de recuperação.
- O controle da Ira. Não buscar vingança, não ser destrutivos, não
jogar a culpa nas outras pessoas, lutar contra a auto-compaixão e estar
dispostos a perdoar.
- O tempo cura tudo? A
resposta varia dependendo de vários factores: as circunstâncias do
divórcio, a personalidade da pessoa divorciada, a ajuda
disponível etc. O prazo médio para que
uma pessoa se recupere de um divórcio segundo os especialistas oscilam entre
três a cinco anos.
Em uma altura de divórcio, é tempo de dividir tudo e
pensar nos direitos de cada um e estar preparado para de vez em quando revisar
pensões, devido as novas exigências e estilos de vida, que se reflectirão no
padrão de vida dos filhos.
As mulheres que passam por um divórcio não podem
desanimar, é bom fazer actividades que tragam calma e bem-estar. Sentir-se bem
consigo mesma, sentir-se gratificada por conseguir realizar os seus sonhos. É
aconselhável não se isolar, envolver-se em actividades e procurar ajuda
especializada, além do apoio dos amigos.
Fazer exercício físico, ajuda a relaxar, porque o
organismo produz seratonina que nos dão sensações de prazer e bem-estar físico.
Para ter melhor rendimento físico e bem-estar, é importante ter uma alimentação
rica em vitamina E, amêndoas, rúcula, frutas e vegetais, alimentos integrais
ajudam a libertar seratonina e noradrenalina, endorfinas que regulam a energia.
Leite, iogurte, queijos, feijão, lentilha, soja, grão-de-bico, abacate, gérmen
de trigo, levedura de cerveja, banana, abacaxi, pães e cereais integrais contém
vitamina B6, que ajuda também a libertar seratonina e noradrenalina.
Temos que ajudar o organismo a que funcione normalmente,
através da alimentação, do sono, da respiração profunda que ajuda a relaxar.
Para
facilitar o sono é aconselhável comer tomate e banana, não fazer exercício
físico depois das 18:00 horas, não tomar à noite café, chá preto, refrigerantes
e bebidas alcóolicas. É bom que se tome água ou sucos, fazer refeições leves,
como também manter o quarto na temperatura adequada segundo a estação sazonal.
Fazer actividades que se ansiava fazer, mas por inúmeras
razões sempre foi sendo adiado, o curso que sempre desejou fazer, a viagem dos
seus sonhos.
Mudar a decoração da casa ou pintar as paredes de uma
outra cor, bem como ter flores em casa dará um novo ânimo. Receber massagens e
mimar-se, também ajuda na recuperação.
Ter fé em Deus, ajuda a aliviar o stress emocional.
Quando o ex-marido
volta a casar e a sua actual esposa oferece um presente ao seu filho, é
conveniente que não recrimine os filhos, porque faz com que a criança pense que
traiu a confiança da mãe. Para não sentir-se mal perante esta situação, reforce
os vínculos afectivos com os seus filhos.
5.2 Divórcio na Perspectiva Masculina
Um forte desejo
de se comportar como um adolescente e procurar á aprovação de pessoas do outro
sexo, o que pode conduzir a uma atitude de promiscuidade que não enquadra com a
personalidade dessa pessoa.”
O divórcio na
perspectiva masculina se inicia, quando ele faz uma retrospectiva das
tentativas realizadas e esperanças perdidas. Os homens, apesar de serem
considerados socialmente como o sexo forte, também são seres humanos e são pessoas
dependentes em uma relação também. Muitas vezes eles pensam se não estão presos
ao casamento por comodismo, por egoísmo e quando chegam a conclusão que o
casamento acabou, muitos homens resistem a esta conclusão, porque a opinião das
outras pessoas que estão casadas são importantes, pois se sentem excluídos,
admitir que o casamento acabou é um acto de coragem.
Para os homens, o que mais lhes influencia no momento de
decidir divorciar-se é o facto de se separarem dos filhos, porque têm medo de
perderem o contacto com os filhos, ou que estes venham a não ser bem tratados e
que não serão bem alimentados.
A tendência masculina de terminar uma relação é sair de
casa sem nada comunicar. É necessário comunicar ao cônjuge que é seu desejo que
a relação termine, se a esposa concorda, inicia-se o processo judicial. Se a
esposa não concordar, o marido tem que dizer que é uma decisão definitiva e que
entrará com o processo judicial, bem como comunicar os filhos que vai
divorciar-se, porque as crianças sentem que o ambiente familiar não está muito
bem, é necessário contar o que está acontecendo, magoando o mínimo possível e
não dando falsas ilusões. O divórcio dos pais sempre deixará algumas marcas na
criança e será o comportamento dos pais a determinar se as marcas deixadas na
criança serão profundas ou não.
Conforme a idade da criança, o modo como eles reagem ao
divórcio difere: se tiverem 5 anos podem voltar a urinar nas calças, ter
problemas durante o sono e chorar sem motivo. Até os 8 anos podem pedir aos
pais para não ir à escola. Entre os 9 e os 12 anos, as crianças podem sentir-se
culpados e inseguros, não querem ir para a escola nem conversar com os amigos e
podem ter raiva de um dos progenitores, sentindo-se deprimidos e sozinhos, sem
saber em quem confiar e em quem se pode apoiar.
Os adolescentes expressam o seu sofrimento, através da
rebeldia, tendo a tendência de afastar-se das pessoas. Também podem ficar
depressivos e necessitar de cuidados médicos e a própria fase da adolescência
acentua o seu estado de ânimo.
Quando o divórcio se concretiza e foi comunicado a todas
as pessoas afectadas pela ruptura, para o homem começa uma nova fase de vida em
que muda de casa, deve esquecer os sonhos construídos com a pessoa de quem se
divorciou, viverá novas experiências, porque voltando a estar solteiro terá que
começar um relacionamento do início, e principalmente os amigos se dividem e
muitas vezes se perdem todos os amigos, sendo necessário criar novos grupos de
amigos e readaptar toda uma vida.
O homem quando se divorcia, tem que começar a fazer as
contas para conseguir sobreviver e pagar a pensão alimentar e outros gastos.
Para começar é necessário cortar os gastos que são dispensáveis. É importante
não fazer empréstimos, e não fazer compras à prazo. Tudo que se possa poupar, o
ajudará a pagar a pensão alimentar, idas ao médico ou ao psicólogo para a
pessoa que se divorciou ou para os filhos e caso perca o emprego, é bom ter
algum dinheiro guardado para o que for necessário.
O momento com os filhos é algo muito precioso para ambos,
que não pode ser substituído por qualquer compromisso e ser pontual no encontro.
O pai apesar de querer satisfazer os desejos dos filhos, para que se sintam
felizes, é necessário que passem com eles tempo de qualidade, interessados nas
crianças como pessoas e brincando com eles, também deve educá-los como o fariam
se estivessem vivendo na mesma casa que as crianças.
Estar na casa do pai, não significa que a criança poderá
fazer tudo que quiser, também tem que saber que existem regras, principalmente
se por qualquer razão, a criança fica na casa do pai e a criança necessita ir
para a escola no dia seguinte, dar horário para entrar em casa se o filho for
adolescente ou então ir levá-lo e ir buscá-lo. Quando os filhos chegam na
adolescência, é normal que troquem ou queiram trocar o fim-de-semana em que
está destinado para passar com o pai que ele queira passá-lo com os amigos,
porém os filhos continuam gostando dos pais e sabem que a sua casa é um lugar
seguro para eles. Os encontros com o pai terão que ter mais flexibilidade,
podem se encontrar durante a semana ou até viajarem ou passarem o período de
férias juntos, sempre combinando previamente com a mãe das crianças.
Conforme os filhos vão crescendo, é bom ouvir a opinião
deles, sobre quais são as actividades que eles querem fazer quando estão com o
pai, embora o pai também pode sugerir alguma actividade cultural ou a visita a
uma exposição, que ache interessante. Caso a pessoa tenha filhos de diferentes
idades, é importante misturar as actividades que interessem a ambos os filhos. É
bom ter momentos em particular com cada filho, para que se possam abrir e
conversar abertamente sobre o que lhe incomoda.
É importante que o filho veja que o pai apesar de criar e
viver com eles momentos especiais, ele não é um super herói e como todas as
pessoas tem uma vida normal, vai ao supermercado e paga contas. Os pais não
podem transformar a culpa que sentem por alguma coisa em presentes.
Quando o pai consegue ter a sua casa, essa casa não
precisa ser como a casa da mãe, é preciso que a criança saiba que aquele novo espaço,
é o espaço do pai e ele aceita que a rotina e os estilos são diferentes. O
filho tem que sentir que faz parte da família e do novo espaço e que não é uma
visita.
A casa do
pai tem que ter o mínimo de conforto, não precisa ter muitos móveis, mas o mínimo
de estrutura. Se o filho for pequeno, é bom trazer coisas suas que ele aprecia
da casa da mãe, para que ele se sinta confortável e acolhido. Se o filho for
adolescente, é aconselhável, que ele ajude a escolher os móveis da casa ou do
seu quarto, deste modo se sentirão integrados desde o princípio. Caso o
ex-marido viva com os pais, os filhos se sentirão melhor, porque têm os avós,
os primos que aparecem e eles se sentem como em casa. Deixar algumas coisas,
como roupas, escova de dentes na casa do pai, facilita a vida das crianças, do
pai e da ex-esposa.
O pai
apesar de não estar muito presente na vida dos filhos, não lhes pode dar tudo
que eles querem, é necessário que haja limites, os limites se dão através das
datas especiais: Natal, Dia da Criança e Aniversário. A criança sabe, que se
não recebeu o que queria em uma data, receberá na outra, porque é necessário
também economizar dinheiro, para fazer face às despesas da sua casa, porque são
duas casas a manter, a pensão alimentar, os gastos com a saúde e educação.
Não use
seus filhos como confidentes e não perguntem de quem eles gostam mais, por mais
que a ex-esposa te tenha magoado e você ache que ela não é uma boa mãe,
continua sendo a mãe deles e não transmita os seus sentimentos negativos para
eles.
“Ser um bom pai significa, fazer o possível para
facilitar o contacto e esperar que eles amem e sejam amados tanto pelo pai,
como pela mãe”