sábado, 16 de julho de 2011

Messianismo no Livro de Êxodo

No livro de Êxodo encontramos atributos de justiça, misericórdia, veracidade, fidelidade e santidade. Deus se revela como o Senhor da História. Existem neste livro a teologia da liberação e redenção de Israel, que são demonstradas na saída de Egipto.[1] Outro simbolismo é o cordeiro pascual que se apresenta como o início da redenção da nação, tendo seu cumprimento em 1 Coríntios 5:7 e João 1.29.
Deus apresenta a Israel como seu primogénito, como sua nação escolhida. O Faraó se apresentava a si mesmo como o filho de um deus. Desta maneira se observam as grandes diferenças que existem entre ambas concepções de uma mesma realidade.
 Tomemos como exemplo o caso de Esaú, este era o primogénito físico, mas em realidade a primogenitura recaiu em Jacob. Por que, isto ocorreu? Porque em realidade o aspecto principal não era a primogenitura física, mas a primogenitura espiritual, a qual estava no coração de Jacob. O término meu filho, meu primogénito, representam e incluem Aquele que virá e que muitos acreditaram n’Ele.[2]
Em Êxodo também encontramos o conceito de uma nação santa, que tem una missão sagrada de sacerdócio, assim como de soberania, referentes a outras nações do mundo. Como Santo de Israel, estão submetidos a Deus e são seus sacerdotes, mediadores entre Deus e as outras nações.
No livro de Êxodo o messianismo de Jesus se encontra em pano fundo, em pequenos símbolos:
·         Na nuvem que protegia do calor e na coluna de fogo, neste acto vemos a protecção de Deus. Os antigos comandantes do exército as vezes usavam fumaça ou sinais de fogo para conduzir suas forças em marcha através de terras desoladas e sem caminhos. No entanto, a coluna de nuvem e fogo de Israel não foi produzida por meios comuns, porém foi uma manifestação milagrosa da presença de Cristo (1 Cor. 10: 1-4, 9; PP 381), a qual apareceu diante deles quando saíram de Etam e entraram no deserto. Parece que não houve mais que uma "coluna" (Exo. 14: 24), pois ainda quando brilhava na escuridão é ainda chamada "a coluna de nuvem" (Exo. 14: 19) ou simplesmente "a nuvem" (Núm. 9: 21). Durante o dia aparecia como uma nuvem escura, em contraste com a luz do sol, mas de noite como uma luz radiante, (Núm. 9: 15, 16) a coluna apresentava a aparência de uma tocha brilhante que iluminava todo o acampamento, se tornando fácil preparar-se para a caminhada como se fosse dia. Deste modo, podiam reunir-se os rebanhos, podiam carregar os animais de carga e se colocar em ordem de marcha as diversas tribos e famílias, (ver PP 286) Somente esperavam a ordem de partir. Nessa nuvem o próprio Senhor estava presente com seu povo, e da nuvem falava com Moisés. Ali aparecia a glória do Senhor, mais tarde conhecida como a Shekinah (Exo. 16: 10; 40: 34). De uma forma semelhante, o senhor já havia se revelado para Moisés na sarça ardente (cap. 3: 2), e posteriormente apareceu no Sinai no meio de tronos e relâmpagos (cap. 19: 16, 18). O fogo e a nuvem simbolizavam a direcção e protecção divinas.
O facto de que a coluna de fogo permanecesse com Israel através de sua longa viagem, ainda quando os israelitas foram infiéis, é uma segurança para o cristão, de que Deus não o abandonará em sua viagem através da vida. A promessa de Jesus a seus discípulos, consiste nisso: "Eis que eu estou convosco, todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mat.28: 20), nunca faltou nada a alguém que está disposto a seguir onde Deus o dirija. Não há nenhum acontecimento na vida em que Deus se retira. Está presente nas noites mais escuras de aflicção e desapontamento, tanto como nos dias mais brilhantes de alegria e êxito. Em verdade, necessitamos dele pela noite, quando estamos conscientes, de nossa necessidade, mas talvez ainda mais durante o dia, quando estamos inclinados a sentir confiança própria. Não podemos ver mais a coluna visível, mas a presença de Dios ainda se pode sentir na experiência do indivíduo, a igreja e as nações. Bendito o homem cujos olhos não estão muito escurecidos que não possa discernir a direcção do Senhor.
·         Ao guiar Israel através do mar, Deus tinha o propósito de fomentar no coração do povo reverência e fé n’Ele, mas a fé no Senhor estava inseparavelmente relacionada com a fé em Moisés como seu representante, e por esta razão havia sido efectuado o milagre através de Moisés, como libertador do povo (NT: Lc 11:14; Rm 8:2; Gl 5:1)
·         Maná (NT: João 6: 48-51; “eu sou o pão da vida”)
·         Jesus deu água ao povo em Refidim, porque foi Ele que estava invisivelmente ao lado de Moisés e que fez com que jorrasse água da rocha (NT: João 4 “eu sou a água da vida”)
         A expressão "este é aquele Aarão y aquele Moisés" (vers. 26) se repete no vers. 27 com uma inversão significativa na ordem dos nomes.  Na genealogia Aarão está primeiro como o filho mais velho, mas aqui, em antecipação da narração histórica que se segue, Moisés tem prioridade sobre seu irmão mais velho, como o salvador divinamente designado de Israel.
No livro de Êxodo depois de ser dado para Israel a lei, foi lhe dado o perdão, a ordem de construir o santuário.
Jesus também está tipificado no Antigo Testamento como o anjo de Jeová que aparece muitas vezes, no cumprimento dos propósitos de Deus com o seu povo no Antigo Testamento, pois o anjo de Jeová era o mensageiro de Deus e Jesus veio à Terra com uma mensagem, mostrar o amor de Deus ao mundo e que é possível aos seres humanos, seguir a Deus.
“ Depois apareceu-lhe o Senhor nos carvalhais de Mambre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia”[3],

“ Disse mais o Senhor: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, descerei agora, e verei se com efeito têm praticado segundo o seu clamor, que é vindo até mim, e se não, sabê-lo-ei”[4].

“ E o anjo do Senhor a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur. E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do Senhor: torna-te para a tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos”[5]

“ E sucedeu que, estando Josué perto de Jericó, levantou os seus olhos e olhou; e eis que se pôs em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua; e chegou-se Josué a ele, e disse-lhe: és tu dos nossos, ou dos nossos inimigos? E disse ele: não, mas venho agora como príncipe do exército do Senhor. Então Josué se prostrou o seu rosto em terra e o adorou… Então disse o príncipe do exército do Senhor a Josué: descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo.”[6]

Estes versículos demonstram, que o Anjo do Senhor faz parte da Divindade.
Todas as situações relacionadas com a Humanidade, estão relacionadas directamente com Cristo, como se fosse o responsável por tomar as decisões. Foi Cristo que apareceu como Mensageiro do pacto para Abraão, Isaac, Jacob, Agar e Moisés. Foi Ele que tirou o povo de Israel do Egipto, Foi Ele que esteve no Monte Sinai.




[1] ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1995, Êxodo 6: 6 e 15:13
[2]ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1995, Mateus 2:15 que intimamente esta relacionado com Oséias 11:1
[3] ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1995, Géneses 18:1
[4]ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1995,  Géneses 18:20 e 21
[5] Génesis 16:7a9
[6] Josué 5:13a15