domingo, 15 de março de 2015

Teoria Tradicional Sobre a História do Cânon

O cânon do Antigo Testamento divide-se em três partes: a Torá, os Profetas e os Escritos. A Torá foi considerada canónica no século V aC. Após muitas investigações, os livros dos profetas foram considerados canónicos no ano 200 e os Escritos só foram considerados canónicos em meados do século II. Alguns estudiosos pensam que foi no sínodo de Yabneh que se fechou definitivamente o cânon, com a exclusão dos livros apócrifos. Outros especialistas supõem que a canonização dos livros proféticos teve lugar com a cisma samaritana, dado que os samaritanos não reconheciam o valor canónico dos livros proféticos, apenas da Torá.
            Hoje sabe-se, que a canonização dos livros proféticos, não está relacionada com a cisma samaritana, que este acontecimento ocorreu na época helenística e não na época persa.
            Na altura do sínodo de Yabneh resolveram-se outras questões sobre a canonicidade de outros livros como por exemplo: Ezequiel, Provérbios, Cantares de Salomão e Ester. O fechamento do cânon de Yabneh, pertenceu ao programa de reconstrução do judaísmo depois da queda de Jerusalém, como consequência da polémica contra os cristãos, ou parte do trabalho de fixação do texto consonântico hebreu.
            No sínodo de Yabneh, não se conseguiu estabelecer um acordo entre a academia de rabinos e os concílios cristãos, então limitaram-se a questionar       a totalidade do cânon e do carácter sagrado do livro de Eclesiastes e possivelmente também de Cantares de Salomão.


A formação do cânon não era uma questão colocada em sínodos, estes não faziam mais que sancionar o já estabelecido por uma longa tradição. No cristianismo a discussão sobre o cânon não chegou a colocar-se, até uma época muito tardia, quando o conteúdo fundamental do cânon já estava subscrito por uma longa tradição.
Por muito tempo se pensou que junto ao cânon rabínico palestino, existia um segundo cânon difundido na diáspora judia, particularmente em Alexandria. Este cânon mais amplo antes que em torno ao ano 90 se estabelecera definitivamente o cânon rabínico, mais breve.


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