Os pastores em suas igrejas devem dar palestras
aos jovens, como também tentar obter conhecimentos sobre psicologia para
conseguir descobrir quais são as personalidades das pessoas, para aconselhar
adequadamente e orientá-los, porque na vida conjugal é importante que as
pessoas se completem e se entendam mutuamente.
As expectativas
conjugais, muitas vezes não correspondem ao que as pessoas imaginam que seja o
casamento, porque continuam existindo problemas, financeiros, acrescentando o
detalhe que agora o casal é independente e tem que resolver os seus problemas
sozinhos, existem os sogros, os filhos para educar e para as pessoas que
acreditam em Deus, duas vidas espirituais para cuidar. O facto de ambos
acreditarem em Deus e terem uma vida religiosa activa, não os livra de terem
problemas, é necessário compreender as diferenças, os valores do cônjuge, os
pontos fortes e pontos fracos. Algumas vezes, mesmo sendo um casal cristão, o
casamento é baseado na atracção física, o que mais tarde originará frustração e
desânimo, que será a fonte de irritações e discussões.[1]
Para ter um casamento de êxito, temos
que ser atraídos pela outra pessoa, pelos motivos correctos. As pessoas que nos
atraem têm valores semelhantes e nos provê apoio emocional.
A teoria de Ira Reiss segundo consta
no livro de Stephen Grunlan, Marriage and
the Family – A Christian Perspective, consiste em quatro processos que
estão relacionados entre si: bom relacionamento, auto-revelação, dependência
mútua, intimidade e necessidade de ser preenchido pelo cônjuge. O
relacionamento por amor, é um processo cíclico, que se desenvolve e se
aprofunda.
·
Bom
Relacionamento: Quando seleccionamos uma pessoa com o intuito de fazermos dela
nosso cônjuge, começam a analisar se têm interesses em comum, se sentem-se na
presença da outra pessoa, se são capazes de partilhar e de comunicarem
facilmente.
·
Auto-Revelação:
A auto-revelação surge, a medida que o casal se sente cada vez mais confortável
na presença do cônjuge e a comunicação entre o casal, passa de temas
superficiais para temas pessoais. Cada pessoa vai revelando a sua história
passada e o sentimento de proximidade se desenvolve, isso só ocorre quando há
verdadeiro amor.
·
Dependência
Mútua: Existindo o verdadeiro amor e uma auto-revelação adequada, surge a mútua
dependência, que biblicamente é referido como submissão mútua. O casal se
conhecendo muito bem, inicia um processo de desejo mútuo, se divertem juntos,
desenvolvem um estilo de vida que envolve a outra pessoa, têm um desejo de
estar com a pessoa continuamente, não por medo nem por desconfiança, porque em
um relacionamento amoroso a confiança e o amor devem ser inseparáveis e a
dependência mútua começa a formar-se e o vínculo amoroso também.
·
Intimidade e
Necessidade de Preenchimento: Nesta fase se concentra as mais profundas
necessidades do ser humano: aceitação, confiança, apoio e amor. Estes factores
são a causa da união ou separação do casal. [2]
Existe uma
diferença entre paixão e o amor verdadeiro. A paixão nasce a primeira vista e
conquistará tudo. Demanda atenção exclusiva e devoção ocasionando ciúmes. A
paixão é caracterizada pela exploração e gratificação directa da necessidade. A
paixão é construída baseada na atracção física e gratificação sexual,
normalmente o sexo domina o relacionamento. A paixão é estática e egocêntrica,
a mudança ocorrida no companheiro tem como objectivo de satisfazer suas
próprias necessidades e desejos. A paixão é romantizada, o casal não enfrenta a
realidade ou é assustado por ela. A paixão é irresponsável e falha ao
considerar as consequências futuras da acção presente.
O amor verdadeiro
se encontra em um relacionamento que se desenvolve e se aprofunda, baseado em
experiências partilhadas. O verdadeiro amor é construído tendo como alicerces a
auto-aceitação, e é partilhado altruisticamente com os outros, porque está
baseado na confiança. O verdadeiro amor inclui satisfação sexual, mas não
exclui a partilha de outros aspectos da vida. O verdadeiro amor é crescente e
se desenvolve, o amor expande o crescimento e a criatividade da pessoa que ama.
O verdadeiro amor aumenta a realidade e torna os cônjuges, mais completos e
pessoas equilibradas e adequadas uma à outra. O amor verdadeiro é responsável e
aceita de maneira feliz as consequências do envolvimento mútuo.
Através do namoro buscamos a relativa
segurança e comodidade do lar paterno, iniciando um novo processo, a construção
do nosso próprio lar. Desconhecemos como será o percurso. A construção do lar,
é composta por nossas decisões, nossa liberdade, e nosso empenho que dispomos
para a sua constituição e manutenção. Esta determinação conta com nossa valia pessoal,
coragem, diálogo e ânimo com a que dispomos para construir um lar.
A
preparação pré-matrimonial é importante para que os cônjuges possam conhecer-se
melhor e terem a certeza que querem dar este importante passo nas suas vidas
com determinada pessoa.
Para
iniciar uma relação amorosa estável, é necessário percorrer um processo
composto por quatro fases, que na sua totalidade encerram 12 passos sobre a
sexualidade correcta para que o casal possa conhecer-se em valores, objectivos
e crenças.
Na
primeira fase não existe contacto físico.
O primeiro passo é composto por um
olhar de descoberta, em que se analisa a estatura, aspecto, cor, idade e a
personalidade. A avaliação do primeiro olhar, determina se a relação continua
ou não.
O segundo passo acontece quando os
olhares de ambos se encontram, ocorre uma aceleração do coração acompanhado de
um rubor que impede o impulso de falar e reagir e sucede o desvio do olhar.
O terceiro passo se inicia quando
começa a conversação, começam a conhecer- -se, perguntando nome, o lugar onde vivem, a
que se dedicam, como está o tempo, essa análise permite avançar em sua
observação da pessoa a quem pretendem conquistar, se continuam convivendo,
podem se conhecerem através das suas opiniões, passatempos, ideias, gostos,
esperanças e sonhos para o futuro. Segundo Nancy L. Van Pelt, uma reconhecida
sexóloga, escreveu um artigo intitulado Falemos
Francamente da Pureza Sexual, ele comenta que é necessário haver mil horas
de conversação entre o casal, tanto pessoalmente como por telefone, deste modo,
cada pessoa conhecerá o seu companheiro de uma outra maneira e se conseguirem
fazerem- -se vulnerável ao companheiro,
a relação conjugal se desenvolverá com êxito.
A segunda fase é composta pelos
primeiros contactos físicos.
O quarto passo inicia-se pegando a mão
da pessoa para ajudá-la a passar um obstáculo, iniciam-se as gentilezas nas
situações corriqueiras da vida, se a jovem aceita esses gestos, é sinal que a
relação tem permissão para avançar. Embora os passos anteriores continuam
sucedendo.
O quinto passo é passar o braço sobre
os ombros, suscitando uma revigoração da emoção de conquista, porque os corpos
se tocam pela primeira vez. Aos passos anteriores se une o contacto corporal.
O sexto passo consiste em passar o
braço pela cintura. Este gesto recupera a excitação da conquista e o casal,
começa a abraçar-se pela cintura, este gesto mostra que o casal está evoluindo
no processo de conquista, expressando um maior grau de posse sobre o corpo do
companheiro. Neste passo, o nível de comunicação se aprofundam, se fazem
grandes confidências, são discutidos e se avaliam os temas da vida, são
partilhados os segredos pessoais, o casal começa a se conhecer mutuamente a um
nível pessoal bastante profundo. Os objectivos, valores e crenças são
analisados neste momento. É nesta fase que se determina se o relacionamento
continua ou não, pois se tomam grandes decisões e se consegue ver a
compatibilidade do casal.
A terceira fase envolve o contacto
íntimo em que não há contacto sexual directo, mas o facto de se olharem frente
a frente denota o fim de uma fase e o início de outra. Passar ao acto sexual
nesta fase é estragar a formação de uma união saudável, que destrói o casamento
mais tarde. Nesta fase a comunicação é temporariamente cortada e prevalecem as
expressões não-verbais.
O passo sete é frente a frente, quando
o casal se situa face a face, está cruzando uma importante barreira, se
produzem três tipos de contactos: abraços, beijos profundos e prolongados
contactos visuais. O estreito contacto corporal em posição frontal, unido aos
beijos na boca produz um forte impulso sexual. Se o casal passou algum tempo
falando de temas importantes é estabelecida uma comunicação muito profunda em
poucas palavras. O contacto visual é prolongado e intenso. A comunicação verbal
silencia-se enquanto se olham nos olhos. A partir desta fase, o casal deve ter
cuidado com as expressões de afecto físico. Iniciar este passo e romper o
relacionamento depois, pode deixar cicatrizes profundas, porque o laço de
união, poderá já ter se formado.
O passo oito é mãos na cabeça,
acariciam a cabeça do outro enquanto conversam ou se beijam. Este gesto
demonstra proximidade emocional, um profundo laço de amizade, amor e carinho.
Neste passo deveriam ser analisados seus planos para casar-se o mais cedo
possível e sua compatibilidade como casal, se não se compatibilizam deveriam
deixar de encontrarem-se.
O passo nove é mãos ao corpo, nos
passos anteriores ao nove, as mãos se mantêm fora da roupa e permanecem acima
da cintura. O passo nove inclui massagens nas costas e outras carícias, ou se
interrompe o relacionamento neste passo, ou não haverá retorno.
Quarta e última fase se denomina uma
carne, esta é a última fase antes dos actos sexuais.
Passo dez é boca ao peito, neste passo
o homem descobre o peito da mulher. Este passo é uma tentativa de culminar o
acto sexual.
Passo onze mãos nos órgãos genitais,
este passo é a introdução para o acto sexual.
Passo doze genitais a genitais, neste
passo o processo de união se completa com o acto sexual.[3]
Quando estes passos não são feitos nesta
ordem, o relacionamento tem sérios riscos de terminar em divórcio. Normalmente
a cada relacionamento terminado a tendência é saltar os passos e culminar o
mais cedo possível no acto sexual. É mais fácil as pessoas se conhecerem a
nível físico que a nível emocional.
Também é necessário levar em
consideração se no relacionamento se produz o que chamamos de votos
matrimoniais, ou seja, são quatro factores que devem ser produzidos no namoro. São
aqueles pequenos detalhes que as pessoas não dão a importância necessária e que
todos pensam que quando casar, a situação passará e o resultado é um casamento
infeliz e muitas vezes o rompimento da relação. Os votos matrimoniais são
constituídos por:
- Amor
- Respeito (honra,
ajuda)
- Protecção
(cuidar)
- Fidelidade (exclusividade,
lealdade)[4]
Se o amor, o respeito ou a protecção e
a fidelidade como consequência falham, estamos perante um caso de abandono por
parte do cônjuge, em que é permitido biblicamente divorciar-se e voltar a casar.
Trataremos este assunto mais detalhadamente em outro capítulo deste trabalho.
Antes de casar-se é necessário
conhecer a situação familiar do seu cônjuge, se ele provém de uma família
grande ou pequena, se os pais estão divorciados, casados ou vivem em união de
facto, se a sua família leva em consideração a Deus ou não. Estes factos têm
uma grande influência em sua personalidade, temperamento, o modo como se reage
as situações e circunstâncias da vida. A forma como você é tratado pelos pais, provavelmente
será a forma como você tratará o seu cônjuge. Deus usa as nossas famílias, para
desenvolver qualidades, que nos capacitarão para formar e gerir a nosso núcleo
familiar. As moças necessitam observar como o namorado trata a sua mãe, pois um
dia ele virá a tratar a moça da mesma maneira.
As pessoas que crêem em Deus e se casam com
pessoas que não crêem, pelo facto do cônjuge não ser cristão, começa a pertencer
a uma denominação religiosa não, porque sentiu alguma necessidade espiritual,
mas por causa do seu companheiro que crê, esta situação pode resultar em duas
situações diferentes: a primeira e mais frequente, é que haja conflito no
relacionamento entre o casal, na educação dos filhos, ou mesmo, o simples facto
de ir à igreja. O comportamento, os gostos, as inclinações, a filosofia são
diferentes. Se dentro de seis meses a um ano não se consegue ler a Bíblia com o
cônjuge, o relacionamento deve ser avaliado, o período do namoro e noivado é
importante para construir um casamento feliz.[5] A
segunda situação é que se o cônjuge que não crê, for sincero de coração, ele
respeitará o cônjuge crente em suas opiniões e maneira de proceder e poderá um
dia vir a se converter.
[1] KEMP, Jaime. Antes de Dizer Sim Sim – Guia para noivos e seus
conselheiros, Editora São Paulo,
Brasil: Mundo Cristão, 2004, p. 79
[2] GRUNLAN, Stephen A. Marriage and the Family – A Christian Perspective, Michigan : Zondervan, 1984, p.70 (teoria retirada de
REISS, Ira L. Family System in America,
Holt , New
York : Rinehart and Winston, 1980)
[3] VAN PELT, Nancy L. Falemos Francamente sobre a Pureza Sexual, http://dialogue.adventist.org/articles/13_2_pelt_p.htm
General de los Adventistas del Séptimo Día, 2005-2010, p.
245
[5] KEMP, Jaime. Op. Cit, p.24
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