Os filhos
também sofrem com a separação dos pais, não existe modo de poupá-los ao
sofrimento, porque mesmo que os pais permanecessem juntos e não se
relacionassem bem, os filhos sofreriam de igual modo e só voltarão a
sentirem-se felizes quando os pais estiverem felizes. Se os pais conviverem
juntos e não se sentirem felizes, os filhos terão um conceito errado do que
seja o relacionamento conjugal entre duas pessoas.
Os pais
devem ser compreensivos com os filhos, pois eles começarão a ter emoções e
pensamentos confusos, sendo recomendado que saibam o que acontecerá
antecipadamente, porque reagirão de modo mais positivo.
Os filhos
necessitam saber e ter a plena certeza que os pais se divorciam por outras
causas, que a culpa do divórcio, não são os filhos. Que os pais amam muito os
filhos, nunca lhe deixarão, é necessário que os filhos tenham segurança
psicológica.
Os pais têm
que mostrar-se disponíveis para falar com os filhos, sobre os sentimentos dos
mesmos, bem como dizer aos filhos a quem se pode dirigir para falar dos seus
problemas. Inclusive dizer aos filhos que Deus lhes ajudará a ultrapassar a
situação.
Os pais têm
que apresentar os filhos, para outras crianças que também têm pais divorciados,
para que as crianças possam falar sobre este assunto entre elas. A experiência
de viver em lugares diferentes, no início é difícil para a criança assimilar a
nova rotina. Os pais devem incentivar os filhos a deixar tanto na casa do pai
como na casa da mãe, objectos importantes para a criança, para que ela sinta
que pertence a ambos lugares. É importante que a criança tenha a liberdade de
falar com os pais quando não se sente bem, sobre determinadas datas do ano em
que passam estas comemorações em casas distintas.
É normal
que a criança se sinta insegura enquanto está somente com um dos progenitores,
preocupada em saber o que o outro progenitor poderá estar fazendo naquele
instante, porque não está junto com a criança, o progenitor que está com a
criança, deve falar com a criança sobre o assunto e incentivá-la por exemplo a
fazer um desenho do que ela está sentindo naquele momento.[1]
Explicar
segundo as situações acontecem, que os pais poderão vir a casar novamente, que
os pais da criança, sempre serão os seus pais e que o novo acompanhante do
progenitor, será alguém mais a amar-lhe, embora não ocupará o lugar do pai ou
da mãe.
Os
progenitores devem recordar à criança os pais lhe amam muito e a criança, pode
sempre telefonar ao seu pai ou a sua mãe, quando sentir saudade ou tristeza.
A ex-esposa
não deve enviar recados ao ex-marido pelos filhos, nem ao contrário, os filhos
devem ser tratados como crianças ou adolescentes que são, eles não devem saber
dos problemas dos pais, têm que viver a vida o melhor que conseguirem. Todas as
mensagens que tem que ser dadas, a ex-esposa que tem que o fazer, porque isto
são “conversas de adultos”.
As mães não
devem tentar mostrar aos filhos que está bem emocionalmente, quando em verdade
não está, porque as crianças se apercebem de tudo que lhes rodeia.
Se o
ex-marido comenta algo, que refere que a ex-esposa ainda é sua esposa, é
necessário que a mãe fale com as crianças, esclarecendo a elas que isto é um desejo
dele, mas não corresponde à situação actual. Deixam de estar casados, mas não
deixam de ser pai e mãe e que continuam amando os filhos como sempre o fizeram.
Criando vínculos com os filhos e fazendo com que eles se sintam bem em sua
presença.
As crianças
têm que respeitar o novo cônjuge, e aceitá-lo pouco a pouco, conforme a relação
vai se estreitando, porém a mãe não deve deixar que os filhos não podem impor
por completo a vontade deles, com relação ao novo cônjuge.
A mãe deve
orientar os filhos a não darem muita atenção, quando o pai se faz de vítima,
porque ele está tentando atrair a atenção da ex-esposa, utilizando os filhos
como meio para alcançar o seu fim.
Se o pai
muitas vezes desmarca as visitas que tem com os filhos, é necessário criar laços
afectivos com outras pessoas que possam cuidar das crianças, com os avós da
criança, com uma determinada amiga, ou com qualquer parente.
Quando em
um novo relacionamento o ex-marido tem um filho, é normal que os filhos do
primeiro casamento queiram ir para a casa do pai, com o intuito de
inconscientemente controlar a situação e não perder a posição que têm na
hierarquia.
Se o filho
pede para ir morar com o pai, diga-lhe que esta decisão não cabe a ele tomar, é
necessário que o tribunal consinta.
Uma pesquisa
foi realizada por Judith S.
Wallerstein e nos mostra que 25 anos passados depois do divórcio existem dois
mitos, na mente dos filhos de pais divorciados: Se os Pais foram felizes as crianças também são. Mesmo que as crianças sejam
afectadas pelo divórcio a crise será passageira e fornecerá ás crianças
recursos para funcionar melhor. O divórcio é uma crise temporária que exerce
efeito mais nocivo sobre a família no momento da ruptura. A chave de adaptação
da criança é, regular o conflito sem rancor.[2]
A criança
pode pensar que atrapalha a vida dos pais através de determinadas frases:
“Deve ser minha culpa
que os pais se divorciaram, pois estão sempre incomodados comigo.”
“Se o Papá ou a Mamã
me abandonam é porque não presto.”
“ Não gosto que me
perguntem se gosto mais de um ou de outro.”
“Quando discutem por minha causa, fico com a
impressão que sou um objecto sem opinião, que se pode atirar de um lado para o
outro.”
“Se não me porto bem eles talvez parem de se
zangar e se ocupem de mim e assim ficaram juntos.”
“Tenho que me ocupar da Mamã ou do Papá pois
ele ou ela têm muitos problemas e precisam de mim.”
“Faço melhor em não mostrar o que sinto, senão
a Mamã ou o Papá ainda se sentem piores e podem mesmo ficar doentes e morrer.
A
depressão das crianças são manifestadas, tornando-se hiperactivos, ansiosos ou
irritáveis, em vez demonstrarem tristeza. Eles conseguem gerir melhor as
perdas, tais como dos amigos, do ambiente escolar, da sua igreja, do seu
estatuto social, da sua casa de família, dinheiro, especialmente perda de
segurança. A depressão normalmente não é detectada. Também é manifestada
através do sentimento de desespero e impotência, como também desconfiança nas
pessoas adultas, tendo algumas consequências com seu relacionamento com o sexo
oposto, durante a adolescência e na vida adulta.[3]
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