quinta-feira, 31 de março de 2016

O Santuário Purificado em Daniel 9

Em Daniel capítulo 9, nos versículos 24-27 encontramos a profecia que menciona a vinda do Messias e a purificação do santuário, apontando para uma esperança, em meio ao juízo divino, porque segundo William Shea, em seu livro Estudios Selectos sobre Interpretación Profética, ele menciona que a morte de Cristo simboliza o fim dos sacrifícios de animais, e purifica o santuário, porque já não é preciso fazer o ritual do dia da expiação, porque Cristo tudo providenciou para a Humanidade.

“1. Predisse o tempo da vinda do Messias v.25
2.Predisse que seria quitado, ou seja, assassinado v.26
3.Predisse que levaria o sistema sacrificial a seu fim v.27
4.Predisse que confirmaria o pacto a muitas pessoas em seu ensino e ministério v.27
5.Predisse que faria a grande expiação pela iniquidade v.24
6.Predisse que por fazer esta grande expiação pela iniquidade traria a justiça que perdura v. 24
7.Predisse que um santuário novo, incluído um celestial seria ungido ou dedicado para sua grande obra como nosso Sumo-Sacerdote v. 24-25.
Todas as especificações desta profecia com respeito ao Messias se cumpriram na vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Ele chegou a ser o centro e foco desta profecia e tudo o que gira ao redor do Seu coração é uma profecia messiânica[1]

Estes versículos têm o objectivo de transmitir que a perseguição terminaria e que os pecados cheios de culpa serão expiados, a justiça eterna introduzida, a visão profética confirmada e o Santo dos Santos ungido.[2] A última frase do versículo 24 também cita uma acção messiânica. Se refere a unção do lugar santíssimo, as palavras utilizadas nesta frase, são utilizadas sempre em relação com o santuário, segundo indica estudos do Antigo Testamento e não se refere ao Messias.
            Jesus foi ungido como Messias quando foi baptizado, pois o Espírito Santo desceu sobre Ele e Deus o Pai

Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser baptizado por ele.
Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser baptizado por ti, e tu vens a mim?
Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu.
Baptizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele;
e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.[3]

 O versículo 26 nos diz:

E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo, e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário e o seu fim será com uma inundação e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações.[4] 

            O versículo menciona, “mas não para si mesmo”, o que nos mostra que Jesus foi rejeitado, porque os sacerdotes e a maioria da opinião pública pensavam que o Messias príncipe, conquistaria o poder através da força militar e política, por causa disso, Ele foi rejeitado e crucificado.
            A palavra nagid, significa príncipe, no sentido de governador. Jesus é o príncipe mencionado nesses versículos, porque a invasão romana só é mencionada no versículo 27, quando diz:

Sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador.[5]

            A abominação simboliza Roma Imperial e a assolação simboliza Roma Papal.
No versículo 27 é profetizado com um pouco mais de detalhe a data em que o Messias viria. O profeta Daniel diz que “Ele fará o pacto com muitos por uma semana”, porque o sistema do santuário continua em vigor, através do sacrifício do Messias, porém para a mentalidade israelita, é necessário dizer que se cortará, pois, desta forma, o antigo pacto já não tem valor e o novo pacto entra em vigor. Normalmente entre os homens da antiguidade, para se renovar os pactos eles quebravam as tablilhas que continham o antigo pacto e escreviam uma nova tablilha, ou com o mesmo pacto renovado por mais algum tempo, ou escreviam um pacto novo e este entrava em vigor, em termos do plano da salvação, apesar de ser uma reconfirmação do pacto anterior, para eles entenderem melhor, Deus dá a impressão de ser um novo pacto, para que eles vejam que os símbolos já não terão valor, quando Cristo fizer o sacrifício supremo, Sua morte na cruz.
Cristo quando veio à Terra, Ele tentou ampliar o significado dos preceitos dados por Deus, para que as pessoas se apercebam que os preceitos, não são apenas regras que têm que ser cumpridas, porém existem para o nosso bem e para nossa protecção. A grande falha dos Israelitas foi não ter reconhecido Jesus, como o Messias anunciado no Antigo Testamento, pois no sacrifício de Jesus se cumpre todos os simbolismos do Antigo Testamento, a grande oferta de Deus para a Humanidade, que o povo israelita rejeitou. Mesmo depois da morte de Cristo em 31 d.C até o apedrejamento de Estêvão em 34 d.C, Deus deu a oportunidade para que os israelitas aceitassem Jesus como o Messias e continuasse sendo o povo escolhido, visto eles terem rejeitado Jesus como o Messias, actualmente o povo escolhido de Deus, não é a nação israelita, mas toda a pessoa que acredita em Cristo, chamado o Israel espiritual, para um israelita pertencer ao actual povo de Deus, deve aceitar a vida, morte e ressurreição de Cristo. 
A abominação e assolação neste versículo, segundo William Shea, são em termos históricos

A assolação foi causada pelo exército romano e a abominação foram as situações que precederam a sua destruição e assolação. As tropas quebraram as defesas do norte da cidade, um contingente das tropas da Judéia se retiraram para o templo, puseram fogo e deste modo, a profecia se cumpriu[6]

Em todas as situações históricas do povo de Israel, quando ele se afastava de Deus, vinham nações e lhe conquistava, este era o seu castigo, porque não obedeceu aos preceitos divinos, pois a misericórdia de Deus tinha chegado ao seu limite e o povo não escutou suas admoestações, porém por sua vez, cada nação que conquistava Israel, também tinha o seu castigo da parte de Deus, por haver conquistado o Seu povo escolhido. O Império Romano ainda não recebeu o seu castigo, porque o Império Romano em realidade ainda não terminou, porque estamos sob o governo da Roma Papal.

Em Hebreus mostra que o Dia da Expiação começou na cruz, Hebreus não está preocupado com a questão de tempo, mas se concentra na grande suficiência do Calvário[7]

            Se Jesus não tivesse dado a Sua vida por nós, a representação terrena do santuário, não teria valor e como consequência o Dia da Expiação e a volta de Jesus.





[1] SHEA, William. Estúdios Selectos sobre Interpretación Profética, Argentina, SALT, 1990
[2] HARTMAN, Louis F. y DI LELLA, Alexander A. The Book of Daniel – A New Translation with Introduction and Commentary, Anchor Bible, Doubleday – New York, , 1978
[3] ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada Revisão Actualizada, Programa The Word. Mateus 3,13-17
[4]  ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada. São Paulo, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995, Daniel 9,26
[5] ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada Revisão Actualizada, Programa The Word. Daniel 9,27
[6] SHEA, William. The Abundant Life Bible Amplifier- Daniel 7-12. Idaho, Pacific Press, 1996
[7] INSTITUTE,Research Biblical. Doctrine of the Sanctuary – A Historical Survey (1845-1863), Silver Spring, MD

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