quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

1.4 I Coríntios 7

Uma das situações que origina o divórcio é o rompimento dos votos matrimoniais, que nos é mencionado por primeira vez em Êxodo 21,10-11 é necessário que sejam satisfeitas a necessidade de carinho, comida, vestuário e dever conjugal.
Os votos matrimoniais são constituídos por:
  • Amor
  • Respeito (honra, ajuda)
  • Protecção (cuidar)
  • Fidelidade (exclusividade)[1]
Se o amor, o respeito ou a protecção e a fidelidade como consequência falham, estamos perante um caso de abandono por parte do cônjuge, em que é permitido biblicamente divorciar-se e voltar a casar com quem a pessoa queira, pois não é considerado adultério, porque se o cônjuge não o maltratasse psicologicamente e se eles se complementassem à nível da personalidade, isto não aconteceria. A diferença entre abandono e adultério, é que o abandono é ocasionado pelo cônjuge, que não tem relações extra-conjugais, porém originou que a outra parte as tivesse, como forma de tentar encontrar o que o cônjuge não oferece, como se fosse o desabafar a um amigo, porque a pessoa que é abandonada, ela diz que não está bem e conta o seu problema. O adultério por sua vez acontece, quando a pessoa por livre e espontânea vontade, tem uma relação extra-conjugal, somente para provar a sua varonilidade ou pelo facto de querer ter uma aventura e normalmente não conta os seus problemas, normalmente o adultério é descoberto pelo cônjuge que foi traído.
Para detectarmos se o voto do respeito está sendo quebrado, vemos comportamentos como: ameaças, ciúmes, discussões frequentes, falar mal do cônjuge para terceiros, humilhar a ele ou aos seus pais, possessão e domínio. maus tratos físicos como a violência de género e o alcolismo, bem como maus tratos psicológicos de qualquer ordem.
O voto do amor é quebrado, quando o sentimento humano do amor e a confiança, já não existem.
O voto da protecção é quebrado quando não se cuida do cônjuge, não se dá o que o cônjuge necessita, por exemplo: roupa, dinheiro, quando se necessita, se restringe o alimento. Este factor se vê principalmente, quando a mulher tem filhos e o marido actual, não lhe dá dinheiro suficiente para que os filhos dela estejam bem. Acrescentando a segurança física e principalmente psicológica. Ou também quando as vezes um dos cônjuges queira se vingar do outro, por alguma razão.
A fidelidade tem duas possibilidades quando não há vida sexual e quando há vida sexual. Quando existe vida sexual, mas a pessoa não se encontra com o cônjuge, não combinam em personalidade, se torna como um tipo de vingança, para ver quem domina realmente, o que faz com que a pessoa se sinta insatisfeita e a pessoa sente que está vivendo solidão sexual.
Segundo a lei romana a esposa tinha o direito de ser mantida a nível de vestuário, comida e outras necessidades primárias. Se o marido não satisfizesse as suas necessidades, ela podia divorciar-se. Os mestres judeus do primeiro século, autorizava o divórcio se não houvesse relação sexual por mais de duas semanas, Paulo amplia o conceito de que a abstinência sexual, tem que ser de acordo mútuo e por um tempo estipulado pelo casal.
Paulo em I Coríntios 7,10-16, defende o divórcio entre crentes, em certas ocasiões é permitido além das cláusulas ditas por Jesus, que vai de encontro a ruptura do casamento por rompimento dos votos matrimoniais. Quando o divórcio é ocasionado por ruptura dos votos matrimoniais, a vítima pode casar-se novamente e o agressor, deve esperar que a vítima se case para voltar a casar, se assim o desejar. O apóstolo menciona o rompimento dos votos matrimoniais, baseado não só em Êxodo 21,10, mas também devido ao facto que a convivência entre uma pessoa crente e outra que não crê, dificulta o relacionamento. O apóstolo Paulo não proíbe o facto da pessoa casar-se novamente, ele somente avisa, que isso trará algumas dificuldades.
O divórcio poderia também ser aceito, quando uma das partes não está preparada para entrar no ministério,[2] porque não tendo a mesma vocação, não conseguirá viver os problemas e as dificuldades da vida ministerial, ou quando existe o caso de drogas, álcool, abuso físico, imoralidade sexual, relações sexuais forçadas dentro do
                                                                                                       

casamento.[3] Outra situação em que o divórcio é permitido, é quando há adultério, fornicação, pensamentos e actos imorais, idolatria, feitiçaria, aversão, ódio, quando o cônjuge critica e ridiculariza o companheiro, quando se tem uma atitude superior ou degradante, raiva ou fúria irracionais, luta e defesa, rebelião contra as autoridades, heresias, inveja, o desejo de matar alguém, ou quando a pessoa não é organizada.[4] Si el conyuge que no cree en Cristo, camina fuera de los caminos de la unión, dejadlo ir. El hermano o hermana, no está bajo la esclavitud, en tales casos, pero Dios nos ha llamado a tener paz con todos[5]
O cônjuge que acredita em Deus, antes de divorciar-se é necessário que tenha consciência de que tentou de todas as formas manter o seu casamento.
 Em determinada situações o ex-marido, casava-se novamente com a ex-esposa, sempre que ela não tivesse se casado com outra pessoa.
Quando o casal é crente, deve-se tentar a reconciliação do casal em todos os aspectos, inclusive no aspecto espiritual, porém uma vez que estão divorciados civilmente, já não estão casados perante os “olhos de Deus”, quando as pessoas estão civilmente divorciadas, já não têm obrigações relativas aos votos matrimoniais com o cônjuge, porque se assim fosse, estariam indo contra um princípio divino de somente ter relações sexuais dentro do casamento.[6] Como é referido em Deuteronómio 24,1-4[7]

Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa. Se ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem, e este também a desprezar e, fazendo-lhe carta de divórcio, lha der na mão, e a despedir de sua casa; ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer; então seu primeiro marido que a despedira, não poderá tornar a tomá-la por mulher, depois que foi contaminada; pois isso é abominação perante o Senhor. Não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.



             O casamento com pessoas que não são da mesma crença, é composto por amor e os componentes de votos matrimoniais saudáveis, mas também é baseado na tentativa de tentar mostrar ao cônjuge que não acredita, um novo modo de vida, se a pessoa não aceita o modo de vida cristão ou não se adapta, o apóstolo Paulo aconselha a divorciar-  -se, porque o casal e a família que constituíram não serão felizes.
            À respeito da quebra dos votos matrimoniais, também encontramos uma outra passagem, em I Timóteo 5,8 em que nos diz que o núcleo familiar, tem que ser bem atendido e cuidado. Alguns eruditos dizem que este versículo inclui também o cuidado da família alargada. Para a comunidade cristã é essencial o bem-estar familiar, pois esta comunidade enfatiza e engrandece a importância do vínculo familiar. Se em uma família existe o amor desinteressado e verdadeiro, a pessoa não pode desatender as necessidades familiares.
            Muitas pessoas que não são cristãs, sabem a importância de cuidar da família, se um cristão que tem uma noção diferente da vida, não o pratica, este, é pior  que uma pessoa que não acredita em Deus.[8]





[1] MANUAL DE IGLESIA. Op.cit, p. 245

[2] ADAMS, J.E. Op cit, p. 100
[3]ELDREDGE, Robert Sir.  Op. Cit., p 61
[4] Ibid, pp.68-69
[5] KEENER, Craig S. … And Marries Another – Divorce and Remarriage in the Teaching of the New Testament, Massachussets, Estados Unidos: Hendrickson, 2001, p. 61
[6] ADAMS, J.E. Op. Cit, p. 95
[7] ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada, Programa eletrónico The Word, Deuteronómio 24,1-4
[8] COMENTARIO BIBLICO ADVENTISTA. Tomo 7, Biblioteca Eletronica, APIA, p. 320

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