sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

2. Situação de cada pessoa divorciada perante Deus

O divórcio é condenado à luz das várias sociedades cristãs, o que leva as pessoas a pensarem que Deus terá a mesma atitude perante uma pessoa divorciada, ou seja, a atitude que estas sociedades assumem materializa a ideia de Deus, o que não está correcto.
A pessoa divorciada perante a sociedade cristã da religião a que pertence, dependendo do modo como interpreta a Bíblia, será deste modo como ela pensará que Deus a vê. Se as pessoas que estão inseridas nesta sociedade têm uma concepção das Escrituras incompleta, à respeito do significado e das interpretações bíblicas poderá prejudicar a pessoa divorciada na convivência dentro deste grupo. É importante que os pastores, estudem cada caso com cuidado, analisando cada versículo bíblico com atenção, para poder dar uma resposta adequada à situação em causa e não se deve resolver um caso, sem estudá-lo e dando uma resposta convencional para todos os casos de divórcio, para que a pessoa divorciada, fique tranquila e saiba se é permitido ou não voltar a casar.
A pessoa que se divorcia continua sendo amada por Deus, porque Deus perdoa todos os nossos erros, dependendo da denominação religiosa, a pessoa se casa novamente sem problema algum ou então, a pessoa terá que levar em conta os seus actos passados e estudar em detalhe a situação que originou o divórcio, estando bem estudada a sua situação, a pessoa se encontrará mais calma e sem inquietudes para continuar vivendo a sua vida, sentindo alegria e felicidade, pois as suas dúvidas estarão resolvidas e a pessoa poderá fazer o que pensa ser melhor para a sua vida.
Deus ama os cônjuges que estão divorciados, não é pecado estar divorciado, como também não é pecado considerar o divórcio uma opção. Deus o permitiu apesar de ser somente utilizado em último recurso. As pessoas que se auto-condenam, sentem culpa por terem pedido o divórcio, porque pensam que Deus as odeia, as pessoas continuam sendo criaturas de Deus, amadas por ele,[1] porque o sangue de Jesus cobre e perdoa os pecados se houve um arrependimento sincero, o tornando uma pessoa intachável e sem mancha. Se a pessoa continua nos caminhos de Deus, Ele vê a pessoa que está vivendo esta situação como estando justificada em Cristo, não sentindo culpa de consciência.[2] Hay siempre esperanza en Dios, Él es capaz de libertarte de emociones negativas de desespero y sin esperanza. La sanación de la depresión es la esperanza en un Dios de amor y fe en su capacidad de cambiar tu vida.”[3]
Deus que tem todo o poder, é a fonte de todas as coisas boas. Somente quando a depressão pós-divórcio é quebrada, a pessoa está preparada para entrar na próxima fase. Esta depressão é quebrada, quando existe esperança na bondade de Deus e fé.
Deus se alegra grandemente quando uma pessoa retorna a Ele, não importando os actos passados. Quando existe um verdadeiro arrependimento, Deus perdoará a pessoa e ela se sentirá bem na presença de Deus.
Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,

estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para connosco em Cristo Jesus.[4]
            O ser humano não merece a graça de Deus, não é algo que seja conquistado, porém é algo imerecido que nos é dado, através de Jesus, Ele nos salva da condenação eterna, nos dando vida eterna e bênçãos enquanto vivemos nesta Terra.
            Deus deseja restaurar a vida de cada pessoa, este facto se realiza, através das promessas que Deus traz a cada pessoa, através da fé e da paciência. Fé é a crença inalterável que Deus dará o que Ele prometeu, e paciência é a tranquila resistência até Ele fazê-lo[5]
            A fé surge quando a promessa é proferida e a paciência é o fruto da espera do cumprimento da promessa. Quando colocamos Deus em primeiro lugar, amaremos a Deus acima de tudo, viveremos de uma maneira correcta, amará o seu próximo, ajudará as pessoas e se tornará mais semelhante a Jesus. A misericórdia de Deus provê ao ser humano o escape. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.[6] A pessoa tem que se entregar completamente para Deus e permitir que o Espírito Santo guie a sua vida, pois é através d’Ele e da fé e comunhão com Jesus que somos salvos.
Na civilização romana o divórcio podia ser proposto por ambas as partes, enquanto que na civilização judaica, apenas o homem podia propor o divórcio, excepto em casos extremos que o tribunal, aceitava a proposta de divórcio que a esposa propunha. [7]
Segundo David Brewer, a pessoa perante Deus, pode casar novamente quando o divórcio foi causado por imoralidade sexual, quando a imoralidade sexual ocorre depois do divórcio, quando um dos cônjuges, já tenha casado novamente ou quando não há esperança de reconciliação.[8]
O grande obstáculo para a pessoa divorciada, além da pressão social da denominação a que pertence, é a grande dúvida se Deus aceita que se case novamente e se obterá a salvação devido a este facto.

Na Bíblia o divórcio é permitido e é mencionado, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. No Antigo Testamento, existem várias referências ao repúdio tanto figurado em relação do povo de Israel em relação a Deus como à nível conjugal. Ambos estão alicerçados no princípio israelita de que se o povo ou a mulher que foi repudiada, se não tiver casado com outro homem ou não adorar a outros deuses declaradamente, pode voltar a adorar ao verdadeiro Deus como também ao marido que a repudiou. O repúdio é o início do divórcio, porque é quando o marido cansado de ter os votos matrimoniais quebrados, repudia a sua esposa, a tirando de casa e lhe dando uma carta de divórcio.
A comunicação entre o casal exige um certo ritual, ela tem cinco níveis que lhes permite comunicar, estabelecendo certas normas, para que o casal possa se conhecer melhor. Há no entanto, a possibilidade do casal não atingir o quinto nível, criando deste modo, uma relação pouco saudável e com alguns problemas que se não forem detectados à tempo, levam a ruptura do relacionamento. A comunicação ideal seria qualquer um dos cônjuges não ter receios em expressar tudo o que pensa, sem medo do julgamento ou preconceito do outro cônjuge.
Os conflitos surgem devido ao choque de personalidade, que deixam sequelas no casal, que podem levar à sua ruptura.
Existem vários tipos de conflitos: “os tocados”, “os afundados” e “os reforçados”. O conflito tem como função advertir que alguma coisa no relacionamento não está bem.
A resolução dos conflitos pode ter lugar no seio do casal e poderá começar ainda na fase do namoro, tendo como objectivo criar alicerces sólidos para ter um casamento feliz e duradouro.
Deus permite o divórcio, porém o modo como este é visto depende da posição que a pessoa divorciada tem da sua situação, embora esta seja influenciada pela comunidade que está inserida. Contudo, perante Deus, o facto de se ter divorciado, não muda o amor que Deus sente por ela. Deus é perdão, ele perdoa os nossos erros. Embora esta seja uma dúvida permanente para a pessoa divorciada.




[1] ELDREDGE, Robert Sr. Can Divorced Christians Remarry?, Michigan: Zondervan, 2002, p. 38
[2] Ibid, p. 102

[3] Ibid, p. 46
[4] ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada, Programa eletrónico The Word, Efésios 2,3-7
[5] ELDREDGE, Robert Sir. Op. Cit., p. 174
[6] Op. Cit. Efésios 2,8
[7] BREWER, David Instone. Op. Cit., p. 190
[8] Ibid,  p. 103

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