terça-feira, 22 de março de 2016

Recuperação das pessoas no decorrer do processo e após o divórcio

Divórcio na Perspectiva Feminina


         Durante o decorrer do divórcio, começa a concretizar-se o luto branco de forma inconsciente.
Todas as pessoas que passam por um divórcio têm que vivenciar um luto branco de um relacionamento que não teve êxito, por mais que seja libertador, não ter mais que viver certo tipo de problemas, sempre deixa mágoa e ressentimento.
            Tentar escapar do contacto com tais sentimentos não traz benefícios para a pessoa e tentar substituir por outra pessoa ou por comportamentos compulsivos, não ajudará. A pessoa que está em processo de divórcio e vive o luto necessita de tratamento psicológico, pois a evasão da dor, nada mais é que adiar a superação da mesma e a resolução do processo.[1]
            O divórcio é uma experiência que pode marcar a pessoa por um longo período de tempo, é considerado pelos psicólogos como luto branco. Chama-se luto, porque o relacionamento terminou e é branco, porque o ex-cônjuge ainda vive. Este luto contém os mesmos aspectos de um luto quando uma pessoa falece, a diferença é que a pessoa falecida não a vê mais, enquanto que o ex-cônjuge, se vê quinzenalmente se houver filhos, prolongando a dor da perda. Existem muitas razões, a principal delas é a dimensão de seus efeitos. O divórcio não somente afecta o casal, mas também a todos aqueles com quem seus membros estão relacionados estreitamente: filhos, familiares

próximos, amigos, irmãos da igreja e a relação com Deus. O divórcio pode abalar a identidade e a auto-estima do indivíduo.
Luis Marcos Rojas, em seu livro La Pareja, cita a Judith S. Wallerstein, que resume os efeitos perturbadores e de grande alcance do divórcio:
“Toda ruptura provoca efectos secundarios que no alcanzan solo a la pareja en cuestión, sino a toda la sociedad. Cada divorcio es la muerte de una pequeña civilización”.[2]

O divórcio contém as seguintes fases do luto:
  • Choque emocional: como aturdido e sensível
  • Luto agudo: ataques de dor intensa:
    1. Saudade perdida
    2. Pranto
    3. Alteração do estado de ânimo
    4. Amargura
    5. Sentimento de culpa


  • Solidão e isolamento
  • Apatia e falta de sentido na vida
  • Ansiedade e falta de esperança
  • A tristeza das datas importantes
  • As reacções de identificação
  • As decisões equivocadas
  • A adaptação
  • Uma oportunidade para crescer e mudar
 Dedicamos uma secção específica ao luto branco, originado pela ruptura de uma relação, porque apresenta alguns rasgos distintivos:
            a)         O divórcio sempre contém um elemento de culpa muito mais intenso que o luto convencional. Os sentimentos de culpa e fracasso pessoal são proeminentes.



            b)         Ninguém está preparado para o divórcio. Todos sabemos como comportar-nos em um funeral ou junto ao leito de morte, mas nunca estamos preparados para viver o divórcio, o casamento é algo tão íntimo, em que tentamos realizar os sonhos da existência humana. As pessoas que sofrem luto a causa de um divórcio se sentem perdidos, confusos, cheios de dúvidas e perguntas que não se atrevem a formular.
            Em consequência, recuperar-se do divórcio é complexo. Para entendê-la vamos a considerar três etapas:
·         Confusão
·         Solidão e isolamento
·         Ajuste e crescimento
 O processo do luto não é linear, mas é composto por muitas recaídas. As oscilações no estado de ânimo são características típicas de qualquer luto, ainda mais na perda de um filho e no divórcio. No caso do divórcio, os altos e baixos se acentuam, porque o processo de desvinculação frequentemente tem numerosos avanços e retrocessos, encontros e desencontros, antes da ruptura definitiva e inclusive, quando se coloca em andamento o processo de divórcio. Por isso, a duração deste tipo de luto é maior que a do luto convencional. Dura de três a cinco anos após o divórcio real, para que as feridas cicatrizem o suficiente como para começar a adaptar-se a nova situação.
Após as primeiras semanas ou meses depois da ruptura, a pessoa se sente, desorientada e submersa no caos. Se trata de uma confusão emocional em que se misturam ideias, sentimentos e reacções.
Esta etapa dura aproximadamente um ano. Suas principais características podemos resumir da seguinte maneira. O divórcio é uma bomba emocional. Quase sempre é mais difícil do que ambas partes imaginavam. Diminui a auto-confiança, suscita a ira e os sentimentos de culpa, cria insegurança e dificulta as relações interpessoais.
Analisaremos com mais detalhe, o transtorno emocional que supõe este período, segundo Jorge Martínez Villa[3]:


·         Grande angústia expressada em sintomas físicos. Estes sintomas são resultado de um elevado grau de ansiedade. Depois da ruptura, os membros do casal têm dificuldade em conciliar o sono, perdem o apetite ou comem compulsivamente, não se concentram em seu trabalho e choram frequentemente. Dores de cabeça, problemas respiratórios, tonturas, disfunções menstruais e erupções cutâneas, aparecem com frequência entre outros sintomas psicossomáticos. O corpo expressa desta maneira, sua dor interna.
·         Em ocasiões, a reacção é completamente oposta. Um ou ambos cônjuges manifestam inicialmente uma sensação oposta de liberação e felicidade, após a separação. Isto ocorre, no caso de casais com um grande historial de maus-tratos verbais ou físicos, que constituía um enorme sofrimento para um deles. Passados alguns dias, ou semanas, qualquer sucesso trivial, lhe traz à mente lembranças de seu cônjuge, neste momento além do sentimento de triunfo se acrescenta a tristeza, angústia e o luto branco.
·         Grandes oscilações no estado de ânimo. É normal que experimentem mudanças de sentimentos intensas. Seus sentimentos mudam e se misturam rapidamente. O ódio e a ira podem aparecer quase ao mesmo tempo que o amor. O amor tarda muito tempo en apagar-se. Estas mudanças de estado de ânimo se produzem inclusive quando o divórcio vem motivado por maus-tratos, ou em casais que estiveram de acordo em separar-se.
·         Sensação de fracasso e diminuição da auto-estima. Uma das características mais comuns do divórcio, é a sensação de inaptidão e fracasso. A diferença do luto convencional, a ruptura faz que as pessoas questionem a sua importância como pessoa. A capacidade para superar esta crise de identidade constituirá um factor essencial no momento de resolver o luto. Esta crise é especialmente intensa naqueles casos em que um dos cônjuges abandona a relação subitamente sem que haja existido um período prévio de conflitos.


·         Sentimentos de culpa. Estes se encontram entrelaçados com a baixa auto-estima, sendo um sintoma frequente, quase normal do luto. Representam uma forma de liberar a dor da perda. A eles se associa a necessidade de repassar várias vezes a relação, para descobrir o que sucedeu. Isto não é o mau em si mesmo, porque já vimos como encontrar uma explicação satisfatória para a separação, é uma fase essencial para a recuperação.
·         Sensação de ansiedade e falta de esperança. A pessoa se encontra imersa em uma situação de incerteza. Muitas dúvidas invadem sua mente. As pessoas divorciadas têm que enfrentar-se a muitas responsabilidades, que previamente eram compartilhadas com seu cônjuge. Estas mudanças são tão repentinas que a situação lhes parece fora de controle. Então se sentem vulneráveis, e se sentem mais à vontade isolando-se, o qual é um círculo vicioso que aumenta sua ansiedade.
Após uma fase de confusão e transtornos emocionais, a maioria de casais passa por uma fase de solidão e isolamento que dura entre um e dois anos. Transcorrido este tempo, predominam os efeitos sociais do divórcio.
            O divórcio por sua própria natureza, é o resultado de um desacordo que fractura uma relação. Este facto, agrava a tristeza dos cônjuges que não só lutam contra a dor da perda, como também contra o desgaste de intermináveis conflitos entre eles mesmos. Conflitos que atingem todos os familiares. Em muitos casos, o divórcio é o final de uma relação e o começo de uma guerra.
            Amigos e familiares começam a estar distantes, e começam os conflitos sobre os assuntos legais e económicos. Junto ao isolamento a pessoa divorciada experimenta pena e tristeza. A sensação de perda é mais intensa quando se apercebem que a ruptura é irreversível. Durante o primeiro ou segundo ano ainda permanece as esperanças de voltar a estar juntos, sobretudo para a pessoa que não desejava divorciar-se. Mas inclusive quando ambos estiveram de acordo na separação, experimentam uma profunda sensação de perda.




            Depois da ruptura, muitos divorciados se surpreendem ao constatar que sua solidão actual é pior que viver com seu ex-conjuge, independentemente de qual seja a qualidade do relacionamento, porque estão habituados a conviver com determinados aspectos, que mesmo que magoem, as despesas e a vida são divididas.
            Nesta fase também pode surgir quadros depressivos, porque a pessoa é incapaz de aceitar a nova realidade, de enfrentar-se à vida de novo sozinho. É normal também que haja decisões equivocadas e transtornos de conduta. Alguns transtornos são voltar a casar-se de forma apressada, a promiscuidade sexual com contactos breves e superficiais, o abuso do álcool ou drogas são exemplos bastante frequentes, do modo como o divorciado é incapaz de aceitar a realidade de sua nova vida solitária.
Passado o divórcio, o relacionamento não se reconstrói, mas a pessoa divorciada aos poucos vai construindo a sua identidade e auto-estima que foi tão ferida pelo trauma do divórcio. Este é o principal objectivo da terceira etapa: ajudar a pessoa divorciada a enfrentar a vida com novas forças, atitudes e metas.
            Os sinais para o bom ajuste podemos avaliar do seguinte modo, segundo Eliane Santoro:
  • Aceitação. A pessoa divorciada está capacitada para enfrentar novamente a realidade da vida sem o seu cônjuge. A sensação de perda, já não lhe incapacita.
  • Adaptação. Se o aspecto anterior tinha que ver com a realidade global da nova situação, agora nos referimos, particularmente, à capacidade de responder às demandas práticas da vida. Ser capaz de funcionar socialmente sem a ajuda do cônjuge é um bom sinal de adaptação.
  • Explicação. A pessoa afligida pelo divórcio sempre necessita de uma explicação razoável da origem do rompimento. Como o luto pela morte, necessita-se saber as razões, saber as razões para a separação é essencial no processo de recuperação.
  • O controle da Ira. Não buscar vingança, não ser destrutivos, não jogar a culpa nas outras pessoas, lutar contra a auto-compaixão e estar dispostos a perdoar.
  • O tempo cura tudo? A resposta varia dependendo de vários factores: as circunstâncias do divórcio, a personalidade da pessoa divorciada, a ajuda


disponível etc. O prazo médio para que uma pessoa se recupere de um divórcio segundo os especialistas oscilam entre três a cinco anos.
            Em uma altura de divórcio, é tempo de dividir tudo e pensar nos direitos de cada um e estar preparado para de vez em quando revisar pensões, devido as novas exigências e estilos de vida, que se reflectirão no padrão de vida dos filhos.
            As mulheres que passam por um divórcio não podem desanimar, é bom fazer actividades que tragam calma e bem-estar. Sentir-se bem consigo mesma, sentir-se gratificada por conseguir realizar os seus sonhos. É aconselhável não se isolar, envolver-se em actividades e procurar ajuda especializada, além do apoio dos amigos.
            Fazer exercício físico, ajuda a relaxar, porque o organismo produz seratonina que nos dão sensações de prazer e bem-estar físico. Para ter melhor rendimento físico e bem-estar, é importante ter uma alimentação rica em vitamina E, amêndoas, rúcula, frutas e vegetais, alimentos integrais ajudam a libertar seratonina e noradrenalina, endorfinas que regulam a energia. Leite, iogurte, queijos, feijão, lentilha, soja, grão-de-bico, abacate, gérmen de trigo, levedura de cerveja, banana, abacaxi, pães e cereais integrais contém vitamina B6, que ajuda também a libertar seratonina e noradrenalina.[4]
            Temos que ajudar o organismo a que funcione normalmente, através da alimentação, do sono, da respiração profunda que ajuda a relaxar.
Para facilitar o sono é aconselhável comer tomate e banana, não fazer exercício físico depois das 18:00 horas, não tomar à noite café, chá preto, refrigerantes e bebidas alcóolicas. É bom que se tome água ou sucos, fazer refeições leves, como também manter o quarto na temperatura adequada segundo a estação sazonal.
            Fazer actividades que se ansiava fazer, mas por inúmeras razões sempre foi sendo adiado, o curso que sempre desejou fazer, a viagem dos seus sonhos.
            Mudar a decoração da casa ou pintar as paredes de uma outra cor, bem como ter flores em casa dará um novo ânimo. Receber massagens e mimar-se, também ajuda na recuperação.
            Ter fé em Deus, ajuda a aliviar o stress emocional.
           


Quando o ex-marido volta a casar e a sua actual esposa oferece um presente ao seu filho, é conveniente que não recrimine os filhos, porque faz com que a criança pense que traiu a confiança da mãe. Para não sentir-se mal perante esta situação, reforce os vínculos afectivos com os seus filhos.

5.2 Divórcio na Perspectiva Masculina

A tristeza normal da crise inicial de um divórcio parece não se reduzir ou ainda pior evolui para uma depressão permanente.
  Existe uma incapacidade grave de cumprir as tarefas normais da vida, como ocupar-se das finanças e ir trabalhar regularmente, tratar da alimentação e da saúde das crianças, ou mostra uma tendência de repousar completamente sobre os outros que os ajudam;
A pessoa deixa de cuidar de si mesma em todos os aspectos devido ao desânimo, se lamenta, por exemplo como sou infeliz, Deus não me escuta …
 Por outro lado comportamentos opostos a estes podem também indicar que é necessário terapia:[5]

“Uma euforia excessiva acompanhada por forte negação de sofrimento e mesmo sinais de alívio, finalmente tudo acabou.
Pôr toda a culpa encima do companheiro no passado e no presente.
Uma atitude de burro de trabalho que procura uma anestesia de espírito e uma ilusão de que tudo está bem, eu sou muito forte.
Um forte desejo de se comportar como um adolescente e procurar á aprovação de pessoas do outro sexo, o que pode conduzir a uma atitude de promiscuidade que não enquadra com a personalidade dessa pessoa.”[6]




            O divórcio na perspectiva masculina se inicia, quando ele faz uma retrospectiva das tentativas realizadas e esperanças perdidas. Os homens, apesar de serem considerados socialmente como o sexo forte, também são seres humanos e são pessoas dependentes em uma relação também. Muitas vezes eles pensam se não estão presos ao casamento por comodismo, por egoísmo e quando chegam a conclusão que o casamento acabou, muitos homens resistem a esta conclusão, porque a opinião das outras pessoas que estão casadas são importantes, pois se sentem excluídos, admitir que o casamento acabou é um acto de coragem.
            Para os homens, o que mais lhes influencia no momento de decidir divorciar-se é o facto de se separarem dos filhos, porque têm medo de perderem o contacto com os filhos, ou que estes venham a não ser bem tratados e que não serão bem alimentados.
            A tendência masculina de terminar uma relação é sair de casa sem nada comunicar. É necessário comunicar ao cônjuge que é seu desejo que a relação termine, se a esposa concorda, inicia-se o processo judicial. Se a esposa não concordar, o marido tem que dizer que é uma decisão definitiva e que entrará com o processo judicial, bem como comunicar os filhos que vai divorciar-se, porque as crianças sentem que o ambiente familiar não está muito bem, é necessário contar o que está acontecendo, magoando o mínimo possível e não dando falsas ilusões. O divórcio dos pais sempre deixará algumas marcas na criança e será o comportamento dos pais a determinar se as marcas deixadas na criança serão profundas ou não.
            Conforme a idade da criança, o modo como eles reagem ao divórcio difere: se tiverem 5 anos podem voltar a urinar nas calças, ter problemas durante o sono e chorar sem motivo. Até os 8 anos podem pedir aos pais para não ir à escola. Entre os 9 e os 12 anos, as crianças podem sentir-se culpados e inseguros, não querem ir para a escola nem conversar com os amigos e podem ter raiva de um dos progenitores, sentindo-se deprimidos e sozinhos, sem saber em quem confiar e em quem se pode apoiar.
            Os adolescentes expressam o seu sofrimento, através da rebeldia, tendo a tendência de afastar-se das pessoas. Também podem ficar depressivos e necessitar de cuidados médicos e a própria fase da adolescência acentua o seu estado de ânimo.[7]



            Quando o divórcio se concretiza e foi comunicado a todas as pessoas afectadas pela ruptura, para o homem começa uma nova fase de vida em que muda de casa, deve esquecer os sonhos construídos com a pessoa de quem se divorciou, viverá novas experiências, porque voltando a estar solteiro terá que começar um relacionamento do início, e principalmente os amigos se dividem e muitas vezes se perdem todos os amigos, sendo necessário criar novos grupos de amigos e readaptar toda uma vida.
            O homem quando se divorcia, tem que começar a fazer as contas para conseguir sobreviver e pagar a pensão alimentar e outros gastos. Para começar é necessário cortar os gastos que são dispensáveis. É importante não fazer empréstimos, e não fazer compras à prazo. Tudo que se possa poupar, o ajudará a pagar a pensão alimentar, idas ao médico ou ao psicólogo para a pessoa que se divorciou ou para os filhos e caso perca o emprego, é bom ter algum dinheiro guardado para o que for necessário.
            O momento com os filhos é algo muito precioso para ambos, que não pode ser substituído por qualquer compromisso e ser pontual no encontro. O pai apesar de querer satisfazer os desejos dos filhos, para que se sintam felizes, é necessário que passem com eles tempo de qualidade, interessados nas crianças como pessoas e brincando com eles, também deve educá-los como o fariam se estivessem vivendo na mesma casa que as crianças.
            Estar na casa do pai, não significa que a criança poderá fazer tudo que quiser, também tem que saber que existem regras, principalmente se por qualquer razão, a criança fica na casa do pai e a criança necessita ir para a escola no dia seguinte, dar horário para entrar em casa se o filho for adolescente ou então ir levá-lo e ir buscá-lo. Quando os filhos chegam na adolescência, é normal que troquem ou queiram trocar o fim-de-semana em que está destinado para passar com o pai que ele queira passá-lo com os amigos, porém os filhos continuam gostando dos pais e sabem que a sua casa é um lugar seguro para eles. Os encontros com o pai terão que ter mais flexibilidade, podem se encontrar durante a semana ou até viajarem ou passarem o período de férias juntos, sempre combinando previamente com a mãe das crianças.       







            Conforme os filhos vão crescendo, é bom ouvir a opinião deles, sobre quais são as actividades que eles querem fazer quando estão com o pai, embora o pai também pode sugerir alguma actividade cultural ou a visita a uma exposição, que ache interessante. Caso a pessoa tenha filhos de diferentes idades, é importante misturar as actividades que interessem a ambos os filhos. É bom ter momentos em particular com cada filho, para que se possam abrir e conversar abertamente sobre o que lhe incomoda.
            É importante que o filho veja que o pai apesar de criar e viver com eles momentos especiais, ele não é um super herói e como todas as pessoas tem uma vida normal, vai ao supermercado e paga contas. Os pais não podem transformar a culpa que sentem por alguma coisa em presentes.
            Quando o pai consegue ter a sua casa, essa casa não precisa ser como a casa da mãe, é preciso que a criança saiba que aquele novo espaço, é o espaço do pai e ele aceita que a rotina e os estilos são diferentes. O filho tem que sentir que faz parte da família e do novo espaço e que não é uma visita.
A casa do pai tem que ter o mínimo de conforto, não precisa ter muitos móveis, mas o mínimo de estrutura. Se o filho for pequeno, é bom trazer coisas suas que ele aprecia da casa da mãe, para que ele se sinta confortável e acolhido. Se o filho for adolescente, é aconselhável, que ele ajude a escolher os móveis da casa ou do seu quarto, deste modo se sentirão integrados desde o princípio. Caso o ex-marido viva com os pais, os filhos se sentirão melhor, porque têm os avós, os primos que aparecem e eles se sentem como em casa. Deixar algumas coisas, como roupas, escova de dentes na casa do pai, facilita a vida das crianças, do pai e da ex-esposa.
O pai apesar de não estar muito presente na vida dos filhos, não lhes pode dar tudo que eles querem, é necessário que haja limites, os limites se dão através das datas especiais: Natal, Dia da Criança e Aniversário. A criança sabe, que se não recebeu o que queria em uma data, receberá na outra, porque é necessário também economizar dinheiro, para fazer face às despesas da sua casa, porque são duas casas a manter, a pensão alimentar, os gastos com a saúde e educação.
Não use seus filhos como confidentes e não perguntem de quem eles gostam mais, por mais que a ex-esposa te tenha magoado e você ache que ela não é uma boa mãe, continua sendo a mãe deles e não transmita os seus sentimentos negativos para eles.


“Ser um bom pai significa, fazer o possível para facilitar o contacto e esperar que eles amem e sejam amados tanto pelo pai, como pela mãe”[8]





[1] SANTORO, Eliane. Divórcio para Elas, Carnaxide, Lisboa: Smartbook, 2009
[2] ROJAS MARCOS, Luís. La Pareja, Madrid: Espasa-Calpe. 2003. p.137.
[3] MARTINEZ VILLA, Jorge. Mas alla del dolor. Superando las perdidas y el duelo. Barcelona: Andamio. 2006, p. 176-182

[4] SANTORO, Eliane. Divórcio para Elas, Carnaxide, Lisboa: Smartbook, 2009, pp. 89-94
[5] LEHMANN, Richard. Op. Cit, p. 245
[6] Ibid, p. 245
[7] SANTORO, Eliane. Divórcio para Elas, Carnaxide, Lisboa: Smartbook, 2009, pp. 53-54
[8] SANTORO, Eliane. Divórcio para Eles, Carnaxide, Lisboa: Smartbook, 2009, p.117

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